Entrevista:O Estado inteligente

sábado, maio 19, 2007

Tecnologia Notebooks compactos: mais leves, porém caros

Enfim, a dose certa

Notebooks compactos encantam pelo tamanho
e pelo peso reduzido. Pena que custem tão caro


Carlos Rydlewski

Montagem sobre fotos de Divulgação e Paulo Vitale

LG C1

Tela: 10,6 polegadas
Peso: 1,3 quilo
Bateria: cinco horas e meia
Preço: 8 999 reais
Detalhe: um dos menores do mercado

Os laptops compactos são em
geral 7 centímetros menores
que os convencionais

HP TX1070

Tela: 12,1 polegadas
Peso: 1,9 quilo
Bateria: sete horas e meia (usa duas baterias)
Preço: 7 999 reais
Detalhes: gravador de CD e DVD, webcam de 1,3 megapixel

Acer Ferrari 1000

Tela: 12,1 polegadas
Peso: 1,7 quilo
Bateria: sete horas e meia (usa duas baterias)
Preço: 8 599 reais
Detalhe: webcam de 1,3 megapixel

Sony Vaio VGN-TXN15BP

Tela: 11 polegadas
Peso: 1,25 quilo
Bateria: sete horas e meia
Preço: 10 999 reais
Detalhes: leitor de impressão digital e gravador de CD e DVD


Lenovo X60 Tablet

Tela: 12,1 polegadas
Peso: 1,9 quilo
Bateria: sete horas e meia (bateria de oito células)
Preço: 8 199 reais
Detalhe: leitor de impressão digital


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Sete em cada dez notebooks têm tela de tamanho confortável, com 14 ou 15 polegadas (entre 35 e 38 centímetros), mas são pesados e incômodos para transportar. Há os computadores de mão, chamados de ultramini-PCs – cujo visor não ultrapassa 5 polegadas –, que pesam quase nada, mas são praticamente imprestáveis quando é preciso digitar textos mais longos que um endereço eletrônico. Como em várias outras coisas, a solução para o tamanho ideal desses equipamentos portáteis pode estar num ponto intermediário – nesse caso, os laptops compactos. Por definição, têm uma tela que não ultrapassa 12 polegadas, o equivalente a 30 centímetros. O teclado reduzido não chega a ser desconfortável. O melhor de tudo é o peso, que chega à metade do de um aparelho convencional. Enxutos, podem ser facilmente carregados numa pasta comum, dispensando aquelas mochilas e pastas especiais que são verdadeiros chamarizes para ladrões. O maior defeito, pode-se dizer, está no preço. Vários modelos de laptops compactos chegaram às lojas brasileiras nos últimos seis meses. O mais barato custa 6.000 reais, dinheiro suficiente para comprar dois notebooks convencionais com configuração semelhante.

O preço elevado pode ser atribuído ao custo dos recursos utilizados para conciliar fatores conflitantes, como pouco peso versus grande capacidade de processamento e autonomia de bateria. O gabinete do modelo compacto da Sony, com tela de 11 polegadas, por exemplo, é moldado em fibra de carbono, o material dos carros de Fórmula 1. O aparelho, que pesa apenas 1,25 quilo, consegue acomodar um gravador de DVD num corpo com apenas 2,6 centímetros de espessura. A tecnologia de miniaturização dos componentes também aumenta o custo, mas é essencial para garantir que a máquina tenha desempenho similar ao da concorrência pesadona. A capacidade de memória do HP TX1070 e do Acer Ferrari, por exemplo, pode chegar a 2 gigabytes, um padrão razoável mesmo para os PCs de mesa.

No mundo, os compactos começaram a surgir com variedade de marcas nos últimos dois anos. No Brasil, um ano atrás, havia no máximo um ou dois desses modelos nas lojas. Hoje, quase todos os fabricantes apresentam versões desse tamanho. Em parte, essa maior oferta é estimulada pelas previsões otimistas de vendas de laptops no Brasil, impulsionadas pela queda geral do preço dos computadores. "Neste ano, o comércio de notebooks deve aumentar 70% em relação ao ano passado", diz Flavio Haddad, presidente da Lenovo. Com isso, a expectativa é que seja vendido mais de 1 milhão de computadores portáteis no país em 2007.

Outro fator que anima os fabricantes a colocar nas prateleiras os notebooks de tela intermediária é a ampliação do grupo de consumidores. "O público para esse produto sempre foi formado por executivos que se locomovem muito. Agora, esses laptops também estão atraindo as mulheres", diz Patrícia Moraes, gerente de produtos da LG. Na Europa e na Ásia, os notebooks enxutos fazem relativo sucesso há mais tempo. Nos Estados Unidos, onde uma recente pesquisa on-line indica que 54% dos adultos com idade entre 18 e 30 anos são donos de um computador portátil, os compactos estão se tornando os preferidos entre os americanos com cacife profissional e financeiro para bancar o custo mais elevado. As versões reduzidas dos laptops já representam 8% do total de vendas internacionais de computadores. No Brasil, a cota é pouco superior a 3%.

No mês passado, a Sony lançou no Japão um laptop com tela de 12 polegadas que usa a memória flash, em substituição aos discos rígidos (HDs). A tecnologia flash resiste melhor a impactos, consome menos energia e ocupa menos espaço do que os HDs. O problema, mais uma vez, é o preço. A substituição diminuiu o peso do aparelho em 39 gramas, mas o encareceu em 545 dólares. A longo prazo, o que favorece essa mudança é a queda do custo da memória flash. Uma análise da consultoria americana iSuppli mostra que, em 2003, esse tipo de memória era 100 vezes mais caro que o HD. Em 2009, estima-se que será apenas catorze vezes. Talvez, então, os compactos sejam uma opção para todo mundo.

Robin Beck/AFP


A VERDADEIRA TELINHA

O celular VX9400 mede 10 centímetros de altura por 5 de largura – e metade disso é ocupada por uma tela de televisão que pode ser colocada em posição horizontal. Uma antena embutida ajuda na captação das imagens, transmitidas pela rede celular. O aparelho baixa programas das grandes redes de TV americanas, como CBS, Fox e NBC. No futuro, a expectativa é de uma crescente utilização do celular – a tela mais próxima do consumidor – como veículo de entretenimento e compras. Além da TV, o VX9400 oferece recursos convencionais, como conexão Bluetooth e câmera com resolução de 1,3 megapixel. Lançado pela LG nos Estados Unidos, em parceria com a operadora Verizon Wireless, custa 100 dólares, dependendo do plano.

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