Entrevista:O Estado inteligente

sábado, julho 26, 2008

Sistema S Governo e empresários fecham acordo

Acordo bom para todos

Empresários e governo selam consenso sobre o Sistema S

Daniela Toviansky
PISCINA DO SESC EM SÃO PAULO 
Pelo entendimento, haverá mais atividades gratuitas


Na semana passada, governo e entidades empresariais chegaram a um acordo para remodelar a aplicação dos recursos do Sistema S – rede de treinamento profissional, recreação e cultura que congrega entidades como Sesi, Senac, Senai e Sesc. Mantido com a contribuição das empresas do comércio e da indústria, de 2,5% dos gastos com a folha de pagamento, esse sistema administra um valor estimado em 8 bilhões de reais ao ano. Os recursos são das empresas e sua administração é feita inteiramente pelo setor privado. É assim que tem funcionado há mais de sessenta anos, quando foi criado para suprir a necessidade de mão-de-obra treinada. Mas o ministro da Educação, Fernando Haddad, entrou em atrito com as confederações empresariais ao criticar a gestão atual desses recursos. Segundo Haddad, haveria falta de transparência nas contas. Além disso, a rede de ensino teria sido "elitizada", porque a maior parte dos cursos é paga. Para além das críticas, Haddad, com o apoio do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, preparava um projeto que, entre outras medidas, deixava com o governo parte dos recursos arrecadados.

A proposta dos ministros desagradou em cheio aos empresários e já prometia ser mais uma dor de cabeça para o presidente Lula – que, aliás, foi aluno do Senai, onde aprendeu a profissão de torneiro mecânico. Antes que a disputa se transformasse numa crise política, o governo e os empresários selaram um acordo preservando a autonomia administrativa do Sistema S. Ficou acertado que o Senai e o Senac vão ampliar a quantidade de cursos gratuitos a partir do próximo ano, chegando, até 2014, a dois terços do orçamento. O Sesc e o Sesi, por sua vez, passarão a destinar mais verba para atividades gratuitas até que elas atinjam um terço do total, também em 2014. Ao final, empresários e governo se deram por satisfeitos. Ganharam os trabalhadores, com mais oportunidades, e as empresas, que terão uma oferta maior de mão-de-obra qualificada.

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