Desde a invenção da primeira cafeteira, na França do século XIX, houve tantos avanços que, hoje, algumas máquinas já produzem
em casa café semelhante àqueles preparados por baristas.
Isso se deve a alguns dos novos atributos dessas cafeteiras. Um deles é a capacidade de conferir à bebida a temperatura ideal, 90 graus – "mais ou menos do que isso seria um sacrilégio", dizem os baristas sobre o expresso. Outro é a pressão dos jatos d’água sobre o pó, devidamente ajustada para extrair mais do grão. Algumas dessas cafeteiras ainda se prestam a experimentos, uma vez que permitem toda espécie de mistura com o café. A pedido de VEJA, a especialista Isabela Raposeiras, da Academia de Barismo, fez uma apreciação sobre essas e outras máquinas bem mais simples. Nelas também houve evolução. Diz Isabela: "Em alguns casos, mesmo as cafeteiras menos sofisticadas já fazem café parecido com o das máquinas de expresso – a preço bem mais baixo".
Expresso automático
País de origem: Itália
Como funciona: produz café semelhante aos de um barista por duas características. A primeira diz respeito ao pó, compactado num compartimento mínimo, o que evita que resíduos dele se misturem à água. A outra se refere à altíssima pressão da água quando é lançada sobre o café, equivalente a 30 quilos. Ajuda a incorporar à bebida os óleos e o açúcar presentes nos grãos
Comentário: a espuma no café expresso tem 1 milímetro de espessura, o dobro de uma versão comum. É nela que mais se concentram os sabores dos grãos. Também se diferencia das outras pela redução de cerca de 30% de cafeína. Ela é pouco absorvida porque a água quase não fica em contato com o pó
Máquina indicada: Krups XP 7230 (3 600 reais) – a que melhor reproduz a tarefa dos baristas, ao permitir o ajuste na pressão e na temperatura da água. E ainda mói os grãos
Expresso de cápsula
País de origem: Suíça
Como funciona: a diferença básica para a máquina automática de expresso está no uso de cápsulas nas quais o café já vem moído. O fato de ser armazenado em embalagens a vácuo reduz a praticamente zero as perdas no sabor em relação aos grãos frescos
Comentário: o café sai tão rico em aromas quanto qualquer bom expresso. A principal limitação deste gênero de cafeteira é justamente operar por meio das tais cápsulas, o que impede que os grãos se misturem
Máquina indicada: Essenza C 100 Nespresso (1 000 reais). Fornece a maior variedade de cápsulas: são doze misturas de café
French press
País de origem: França
Como funciona: o pó é colocado no fundo da cafeteira e permanece ali por quatro minutos, em contato com a água, que é fervida à parte. É quando o êmbolo deve ser pressionado em direção à base para filtrar o café
Comentário: método em que o gosto original dos grãos é mais preservado. Isso se deve ao contato prolongado do café com a água e ainda à extração de seus óleos e essências no momento em que o pó é pressionado na base da cafeteira
Máquina indicada: Bodum (130 reais). A principal vantagem está no tipo de prensa, com vedação máxima. Evita que o resíduo de pó migre para a parte superior da cafeteira, o que deixa a bebida amarga
Moka
País de origem: Itália
Como funciona: cafeteira de três andares, na qual a água fica no primeiro e o filtro, no seguinte. Quando a água começa a ferver, forma-se um vapor na máquina, e é justamente isso que a faz subir e juntar-se ao pó no filtro. O café pronto fica no compartimento de cima
Comentário: é a maneira mais tradicional (e econômica) de preparar um café semelhante ao das máquinas de expresso. Perde delas, no entanto, por dois motivos: como a pressão da água sobre o pó é menor, a bebida fica com menos óleo e açúcar, o que causa algum prejuízo ao sabor – e produz espuma com a metade da espessura
Máquina indicada: Moka Easy Bialetti (280 reais). Poucas são
elétricas – caso desta. A vantagem é dispensar o contato com o fogo (necessário nas versões manuais). Previne, assim, a eventual queima
do pó
As mais usadas A palavra dos especialistas sobre as duas maneiras mais comuns de preparar café no Brasil
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Fotos Roberto Setton; Fabio Mangabeira e Divulgação