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Barack Obama está na lista dos assuntos que me dão preguiça. Quanto mais se aponta sua inconsistência, mais as pessoas parecem se encantar com ele. Dei uma olhadinha nos jornais e sites estrangeiros. Parece que ele será eleito presidente dos EUA com os votos de Berlim.
Das suas muitas fragilidades de conteúdo, qual é a mais evidente? A tal falta de experiência em questões internacionais — essa também é a vulnerabilidade que seus partidários mais temem. Quem não se deixa seduzir vê um homem com uma retórica cheia de fervor, mas vazia de conteúdo, que jamais teme a contradição. Obama é sempre convincente defendendo tanto uma coisa quanto o seu contrário.
Ora, se o que se teme é essa pouca experiência internacional, então lá vai ele pelo mundo — no caso da Alemanha, fazendo a história se repetir, perdoem-me o clichê marxiano, como farsa. John Kennedy também discursou em Berlim, então em favor da liberdade. E aquilo queria dizer precisamente uma coisa: contra o comunismo — aquele mesmo que o levaria à crise dos mísseis e quase à guerra nuclear com a União Soviética.
Obama discursa em nome de uma espécie de ilusão do presente que ainda não foi devidamente caracterizada, mas que anda nas cabeças “progressistas” de todo o mundo: o sonho de uma espécie de governo mundial, que pudesse nos acenar com a paz perpétua. Algo na sua curta trajetória autoriza a fazê-lo porta-voz dessa utopia globalista do miolo mole? Nada! Basta ver, lembrando o que escrevi ontem, o pacote agrícola aprovado pelo Congresso Americano, de maioria democrata, com o apoio entusiasmado de Obama. Estabeleceu-se um teto de subsídios sete vezes superior ao que os EUA gastaram no ano passado. Ele é hoje o adversário mais importante naquele país do etanol brasileiro, por exemplo. Nesse caso, tão caro aos países emergentes e ao Brasil, “libertário” foi John McCain, que votou contra o pacote e contra a tarifa para a importação do etanol, de quase US$ 0,60 por litro.
Mas, é fato, o homem não se furtou a deitar o seu discurso acenando com a paz perpétua. Quando, no entanto, é preciso que ele especifique as ações americanas de combate ao terror e fale sobre conflitos particulares — Israel, Irã, Iraque, Afeganistão ou política antiterror —, seu receituário não é muito diferente do de... George W. Bush.
Mas, sei, não tem jeito: ele já foi “eleito” presidente pela “progressista” imprensa ocidental — dos EUA, da Alemanha, do Brasil e de qualquer lugar. John McCain tem uma tarefa gigantesca: tentar vencer a eleição lutando contra um mito. As virtudes e os defeitos humanos têm pouca importância da reputação de mitos. Eles se alimentam das ilusões e esperanças que despertam.
Quando se abriu a Caixa de Pandora, escaparam todos os males do mundo. Só a esperança permaneceu presa ao fundo. A esperança é a última coisa de que as pessoas abrem mão.
Barack Obama está na lista dos assuntos que me dão preguiça. Quanto mais se aponta sua inconsistência, mais as pessoas parecem se encantar com ele. Dei uma olhadinha nos jornais e sites estrangeiros. Parece que ele será eleito presidente dos EUA com os votos de Berlim.
Das suas muitas fragilidades de conteúdo, qual é a mais evidente? A tal falta de experiência em questões internacionais — essa também é a vulnerabilidade que seus partidários mais temem. Quem não se deixa seduzir vê um homem com uma retórica cheia de fervor, mas vazia de conteúdo, que jamais teme a contradição. Obama é sempre convincente defendendo tanto uma coisa quanto o seu contrário.
Ora, se o que se teme é essa pouca experiência internacional, então lá vai ele pelo mundo — no caso da Alemanha, fazendo a história se repetir, perdoem-me o clichê marxiano, como farsa. John Kennedy também discursou em Berlim, então em favor da liberdade. E aquilo queria dizer precisamente uma coisa: contra o comunismo — aquele mesmo que o levaria à crise dos mísseis e quase à guerra nuclear com a União Soviética.
Obama discursa em nome de uma espécie de ilusão do presente que ainda não foi devidamente caracterizada, mas que anda nas cabeças “progressistas” de todo o mundo: o sonho de uma espécie de governo mundial, que pudesse nos acenar com a paz perpétua. Algo na sua curta trajetória autoriza a fazê-lo porta-voz dessa utopia globalista do miolo mole? Nada! Basta ver, lembrando o que escrevi ontem, o pacote agrícola aprovado pelo Congresso Americano, de maioria democrata, com o apoio entusiasmado de Obama. Estabeleceu-se um teto de subsídios sete vezes superior ao que os EUA gastaram no ano passado. Ele é hoje o adversário mais importante naquele país do etanol brasileiro, por exemplo. Nesse caso, tão caro aos países emergentes e ao Brasil, “libertário” foi John McCain, que votou contra o pacote e contra a tarifa para a importação do etanol, de quase US$ 0,60 por litro.
Mas, é fato, o homem não se furtou a deitar o seu discurso acenando com a paz perpétua. Quando, no entanto, é preciso que ele especifique as ações americanas de combate ao terror e fale sobre conflitos particulares — Israel, Irã, Iraque, Afeganistão ou política antiterror —, seu receituário não é muito diferente do de... George W. Bush.
Mas, sei, não tem jeito: ele já foi “eleito” presidente pela “progressista” imprensa ocidental — dos EUA, da Alemanha, do Brasil e de qualquer lugar. John McCain tem uma tarefa gigantesca: tentar vencer a eleição lutando contra um mito. As virtudes e os defeitos humanos têm pouca importância da reputação de mitos. Eles se alimentam das ilusões e esperanças que despertam.
Quando se abriu a Caixa de Pandora, escaparam todos os males do mundo. Só a esperança permaneceu presa ao fundo. A esperança é a última coisa de que as pessoas abrem mão.