Tarso Genro contra Demétrio Magnoli - 1
Alô, mulheres e homens de bem! Temos uma tarefa. Hora de trabalho! Há gente confundindo as coisas no país e inconformada com a liberdade de expressão. Demétrio Magnoli, um dos mais competentes articulistas da imprensa brasileira, foi intimado pela Justiça a se explicar sobre uma coluna de jornal. E quem recorreu ao tribunal para solucionar questões que só podem encontrar a devida tradução no debate democrático? Ninguém menos do que Tarso Genro, ministro das Relações Institucionais, aquele que gosta de usar — e, a meu juízo, de abusar — de termos como “republicanismo” e “concertação”.
Antes que chegue ao cerne do caso, um pouco sobre Magnoli. Geógrafo, cientista social, é uma das penas mais competentes do jornalismo. Eu até invejo um pouco o seu estilo, sempre firme e muito elegante. Inveja positiva. Quando eu entro numa porfia, admito, a minha mão pesa, às vezes, mais do que gostaria. O que não acontece no caso dele. A coluna que deixou nervoso o advogado Tarso Genro foi publicada, pasmem, na Folha de S. Paulo no dia 14 de abril de 2005, quando ele ainda era ministro da Educação. Magnoli foi intimado a depor só agora.
Vou expor nas notas seguintes o caso em detalhes. Mas é bom deixar claro desde já a tese geral. Os petistas, que fazem terrorismo eleitoral explícito — aliás, estou esperando Tarso aceitar o desafio de Mendonça de Barros para debater as privatizações — também gostam de ameaçar os que consideram seus adversários com o terrorismo jurídico. Diogo Mainardi e eu, por exemplo, temos de ficar nos havendo com ações judiciais e pedidos de explicação por textos que nada mais são do que o livre exercício da crítica. Agora, parece que descobriram também Demétrio Magnoli. Recorrer à Justiça é um direito de todo cidadão. Mas só pessoas movidas a má fé optam pela litigância em assuntos que devem ser resolvidos pelo debate público.
Antes que chegue ao cerne do caso, um pouco sobre Magnoli. Geógrafo, cientista social, é uma das penas mais competentes do jornalismo. Eu até invejo um pouco o seu estilo, sempre firme e muito elegante. Inveja positiva. Quando eu entro numa porfia, admito, a minha mão pesa, às vezes, mais do que gostaria. O que não acontece no caso dele. A coluna que deixou nervoso o advogado Tarso Genro foi publicada, pasmem, na Folha de S. Paulo no dia 14 de abril de 2005, quando ele ainda era ministro da Educação. Magnoli foi intimado a depor só agora.
Vou expor nas notas seguintes o caso em detalhes. Mas é bom deixar claro desde já a tese geral. Os petistas, que fazem terrorismo eleitoral explícito — aliás, estou esperando Tarso aceitar o desafio de Mendonça de Barros para debater as privatizações — também gostam de ameaçar os que consideram seus adversários com o terrorismo jurídico. Diogo Mainardi e eu, por exemplo, temos de ficar nos havendo com ações judiciais e pedidos de explicação por textos que nada mais são do que o livre exercício da crítica. Agora, parece que descobriram também Demétrio Magnoli. Recorrer à Justiça é um direito de todo cidadão. Mas só pessoas movidas a má fé optam pela litigância em assuntos que devem ser resolvidos pelo debate público.