Não sei se é esperar demais - mas será que o PSDB e seus valorosos aliados têm um plano B para os próximos debates corpo a corpo? O plano A ficou claro no primeiro episódio: malhar a ferro quente, com indignação e sarcasmo, os escândalos dos últimos quatro anos. Em todos os episódios, o presidente Lula buscou abrigo sob um amplo e generoso guarda-chuva: "Não sabia de nada, fui traído e afastei os traidores." É resposta que pode funcionar uma, duas, até três vezes - mas tem óbvios limites. Acaba ocorrendo o fenômeno que alguns cientistas políticos da nova geração chamam de cansaço auricular. Enfim, o argumento do "eu não sabia, ninguém me contou" tem o pecado da ingenuidade e o defeito de desmoralizar a autoridade presidencial. Não deveria dar certo - mas a verdade é que tem funcionado. Foi o que mostraram as pesquisas que se seguiram ao primeiro debate. Pode ainda ser eficaz insistir na escassez de moralidade na administração petista. Mas talvez fosse mais produtivo mudar o estilo: maior volume de fatos e mais sobriedade no tom usado nos momentos de bate-boca - principalmente no que se refere a volume da voz e forma de tratamento. Há diferença importante entre a fina ironia e o pesado sarcasmo: este corre o risco de sugerir ao eleitor um discurso, digamos, desesperado. Para impedir interpretações negativas, por que não substituir o tacape pelo florete? Talvez seja uma simples questão de investir no bom senso: quanto mais alto falam os fatos, mais sóbria deve ser a forma com que são lembrados. Nem sempre é com irritação na voz que se desperta a indignação na cabeça de quem ouve. Pode até ocorrer o oposto. Que tal usar o debate ao vivo para uma sóbria e bem fundamentada recordação dos episódios de corrupção, sempre lembrando que demitir sem mais nada é forma primária de varrer fatos desagradáveis para debaixo do tapete? Sempre com o risco de começarem a faltar tapetes. A idéia central da campanha oposicionista seria passar ao eleitor indeciso (o único que agora interessa convencer) a convicção de que o país perderá demais com outros quatro anos da mesma coisa. Não é preciso provar que o presidente é sócio ou padrinho da quadrilha que tomou conta da máquina pública. Basta mostrá-lo relutante em mandar para o espaço a tribo dos espertinhos conhecidos. E incompetente para impedir que sejam substituídos por outros do mesmo talhe. Tem mais: independentemente da questão da honestidade, não deve ser complicado mostrar que a entrega maciça da administração a quadros partidários implica abdicar da exigência de competência - o que pode custar tão caro ao Estado quando a desonestidade. Também não seria nada mal tratar o adversário de "presidente" e não de "Lula". É a forma protocolar e correta - e também lembra ao espectador que debate não é programa de auditório. |
Entrevista:O Estado inteligente
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terça-feira, outubro 17, 2006
Luiz Garcia - E sem chamá-lo de Lula
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