Entrevista:O Estado inteligente

sexta-feira, outubro 13, 2006

Cortes no orçamento Carlos Alberto Sardenberg


É inevitável. Só que esse tema não aparece na campanha eleitoral, porque ninguém gosta de cortar gastos.
O corte de gastos no Orçamento do governo é inevitável. Nos últimos anos – e são muitos últimos anos, coisa de 15 anos, o que o governo brasileiro tem feito é aumentar gastos. Para financiar esse aumento de gastos, o que ele faz? Ele toma mais impostos da sociedade e faz divida, toma dinheiro emprestado.

Resultado: hoje, o governo tem uma dívida muito elevada – representa 50% do tamanho da economia brasileira, o dobro do que devem países parecidos com o Brasil – e nós pagamos muitos impostos; de cada R$ 100 produzidos no país, R$ 38 vão para o governo.

O governo, com a dívida elevada, não investe. A sociedade, pagando muito imposto também não investe. Resultado, o país não cresce.

Então, o que tem que fazer? Voltar a fita. Começar de trás: reduzir gastos, para poder reduzir impostos, para depois reduzir a dívida.

Só que esse tema não aparece na campanha eleitoral, porque ninguém gosta de cortar gastos. Todo mundo gosta de gastar dinheiro, dar bondades, essas coisas.

Na campanha, um colaborador do candidato Geraldo Alckmin, o economista Yoshiaki Nakano, botou o dedo na ferida, disse “precisa cortar gastos”. Aí o pessoal do PT foi em cima, “está vendo, eles vão cortar gastos sociais”. Aí o candidato Alckmin disse que não vai cortar gasto social nenhum. E o Lula, nesta quinta em entrevista a O Globo, disse que não precisa cortar gastos.

Então, nós ficamos assim: o candidato Alckmin diz que precisa cortar gastos, mas não diz qual gasto vai cortar. E o candidato Lula, diz que não precisa cortar.

Resultado: nós não sabemos como é que vai ficar.

Agora, que o governo gasta demais e arrecada demais, isso é verdade.

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