Entrevista:O Estado inteligente

domingo, outubro 08, 2006

ELIANE CANTANHÊDE Bola em campo



BRASÍLIA - Lula foi melhor do que Alckmin no aquecimento do segundo turno, ao partir para o ataque na cara dura: liberou R$ 1,5 bilhão do Orçamento 11 dias depois de ter bloqueado valor equivalente, dispensou ministros para fazer campanha e assumiu o discurso-ameaça de que Alckmin vai acabar com o Bolsa Família e vender as estatais (como o Banco do Brasil).
Alckmin também entrou no vale-tudo, abraçou-se aos Garotinho e reacendeu no segundo turno, já no aquecimento, o clima de "crise" que varou todo o primeiro tempo, quer dizer, o primeiro turno.
A diferença é que Lula pisa na bola, mas o efeito pode valer a pena, já que a máquina é poderosa num jogo eleitoral. E Alckmin pisa na bola, mas o efeito é incerto e não sabido.
O primeiro Datafolha do segundo turno mostra Lula à frente, com uma dianteira de oito pontos nos votos válidos. Não é motivo de foguetório para o tucano, mas também não é para o petista. Não é uma margem confortável. Longe disso.
A campanha, em si, está sendo deflagrada hoje com o debate da TV Bandeirantes, num momento nervoso, que vai projetar como serão os confrontos a partir de agora entre os dois candidatos. Quem for bem tende a continuar indo bem.
Até aqui, sabe-se que Lula é mais quente, envolvente, tem melhor diálogo com a média da população e sobretudo com os menos escolarizados. Como se sabe que Alckmin é frio, distante, professoral -só que isso tem-lhe sido mais favorável do que desfavorável em debates.
É hoje, ao vivo e em cores, que se vai saber na prática qual o jogador mais preparado, mais ágil, mais convincente e com maior capacidade de levar seu time à vitória. Sem desconsiderar as partidas mais "técnicas" (ou menos sinceras): os programas de rádio e TV.
Não dá para adivinhar resultados antes do início da partida, e esse início é hoje. Começam as apostas.


elianec@uol.com.br

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