Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, agosto 02, 2007

Conde: Lula não quer 'eletricista' em Furnas



Chico de Gois
O Globo
2/8/2007

Ex-prefeito do Rio aceita convite para presidir a estatal e reage a críticas de quem defendia nome técnico para o cargo

Depois de muita insistência e até ameaças veladas feitas ao Palácio do Planalto pelo PMDB do Rio, que ameaçava não votar a prorrogação da CPMF e até dividir a arrecadação com estados e municípios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou ontem, formalmente, o secretário de Cultura do Rio, Luiz Paulo Conde, para assumir a presidência de Furnas. O arquiteto aceitou. Nas palavras de Conde, o presidente disse que espera um gestor para o setor, e não um técnico.

- O presidente disse que não quer um eletricista na presidência de Furnas. Quer um gestor - declarou Conde, ex-prefeito do Rio, já respondendo às críticas de que ele não entende nada do setor e que pode prejudicar a estatal.

"Unanimidade é muito difícil", defende-se Conde

Para ocupar a função, Conde terá de ser aprovado pelo conselho administrativo de Furnas, o que será uma mera formalidade, uma vez que o presidente Lula encampou o nome dele, para descontentamento do PT do Rio e de outros setores, que esperavam que Lula colocasse na função um técnico, não um político. Sobretudo se esse político é ligado ao casal Garotinho.

Conde, arquiteto por formação, desconsiderou as críticas.

- Unanimidade é muito difícil - constatou, para, em seguida, fazer um auto-elogio: - Tenho competência para o cargo. O currículo começa quando a pessoa começa a trabalhar.

O futuro presidente de Furnas contestou também informações de que o PMDB estaria disposto a obstruir a votação da prorrogação da CPMF caso sua nomeação não fosse confirmada.

- É tudo mentira. Não existe pressão do PMDB.

Lula recebeu Conde em seu gabinete, acompanhado do ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner. A intenção do presidente era definir, antes, quem seria o titular do ministério, uma vez que Hubner ocupa a função interinamente desde a saída de Silas Rondeau. Mas, o PMDB ainda não definiu o nome que pretende emplacar.

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