Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, outubro 10, 2006

Um mês depois, Gedimar tem nova versão sobre acusação feita a Freud Godoy. Agora, sim, ficou tudo mais suspeito

Epa!!! Coisas estranhas estão acontecendo. Um bem feito trabalho de spinning já vem declarando, antes mesmo de concluídas as investigações, que Freud Godoy, o assessor pessoal de Lula, era inocente no imbróglio do dossiê. A primeira explicação que os petistas puseram para circular foi a seguinte: como Gedimar Passos, que foi quem acusou Freud, queria poupar Jorge Lorenzetti, então acusou o tal "Freud ou Froud". E, aí, diziam, acabou fazendo uma besteira maior. Como prova de sua inocência, o assessor para assuntos aleatórios foi exonerado no dia seguinte — um procedimento, com efeito, bem pouco petista. Eles costumam resistir no cargo até a última evidência.

Agora, há uma outra versão. Gedimar, um ex-policial federal, teria cedido a uma espécie de chantagem do delegado da PF Edmilson Pereira Bruno: se ele acusasse alguém próximo a Lula, seria solto. Tenho o direito de duvidar da versão. Ela me parece tão verdadeira quanto uma nota de R$ 3. Gedimar, um ex-policial federal, meganha envolvido com o setor de "inteligência" de uma campanha, escalado para analisar documentos e fazer serviço sujo, cairia numa conversa como essa? Isso tudo está cheirando a uma operação para limpar a barra de Lula.

Mais ainda: o PT está num esforço concentrado para desacreditar o delegado Bruno, que andou se atrapalhando na divulgação do CD com as fotos da dinheirama. Apresentou ao menos três versões diferentes. O PT chegou a acusá-lo de receber dinheiro. O ministro Tarso Genro e Marco Aurélio Garcia, coordenador da campanha de Lula à Presidência, afirmaram que tudo não passou de obra dos tucanos, é claro. Para coroar, vem agora essa história. A maior prova da inocência de Freud, vejam vocês, seria a palavra de Gedimar, o mesmo que o acusou, que, agora, só diz tê-lo feito porque pressioanado. E por que não falou, logo de cara, o nome certo do homem? Ah, vai ver era para conferir verossimilhança à coisa. E por que não denunciou o delegado Bruno tão logo teve acesso a seu advogado?

Alguns moços tendem a condenar pessoas apressadamente por inexperiência. E alguns nem tão moços tendem a absolvê-las precocemente por preguiça.

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