Líder dos sanguessugas afirma que Oswaldo Bargas e Expedito Veloso pediram a ele para mencionar tucanos na entrevista à "IstoÉ"
PF investiga se entrevista concedida por empresário à "IstoÉ" fazia parte do pacote do dossiê pelo qual ele receberia R$ 1,7 milhão
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
ANDREA MICHAEL
ENVIADA ESPECIAL A CUIABÁ
A entrevista relatou o suposto envolvimento do empresário Abel Pereira, amigo de Barjas Negri -ex-secretário e sucessor de Serra no Ministério da Saúde-, com a máfia.
Apesar de ter dito que não atendeu o pedido para incluir os nomes de Alckmin e Serra na entrevista, Vedoin relata na reportagem que era mais fácil a liberação de verbas para compra de ambulâncias na época em que Serra era o ministro.
A Polícia Federal investiga se a entrevista dada por Vedoin fazia parte do pacote do dossiê contra tucanos, negociado também no dia 14. Vedoin afirmou que, após a entrevista, entregou a Bargas e a Expedito um CD e fotos, componentes do dossiê, no aeroporto de Cuiabá.
O CD deveria conter imagens de Serra no evento de entrega de ambulâncias de empresas envolvidas na máfia dos sanguessugas, ocorrido em 2001 em Cuiabá. Mas o CD estava em branco porque Vedoin desconfiava que Bargas e Expedito não tinham dinheiro. Só depois que recebeu um telefonema de Valdebran Padilha da Silva, do hotel Ibis em São Paulo, informando que havia dinheiro, Vedoin mandou seu tio Paulo Trevisan pegar um avião com destino a Congonhas (SP) levando o CD com conteúdo e as fotos.