Segundo turno à vista
BRASÍLIA - Pesquisas são pesquisas, votos são votos, mas uma boa aposta para hoje é um resultado apertadíssimo, com segundo turno.
Pelo Datafolha, Lula tem 46% contra 46% de seus adversários reunidos. Empate. O Palácio do Planalto sabe, a coordenação de campanha de Lula sabe, e os tucanos e pefelistas sabem mais do que ninguém que isso já garante o segundo turno e as curvas das últimas pesquisas indicam uma inversão. Lula era estável, mas a diferença vinha se estreitando e acabou. Ou seja: é mais fácil a margem pró-segundo turno aumentar do que o contrário.
Outros fatores reforçam a avaliação de que haverá segundo turno. Um deles é a concentração de votos de Lula entre os menos escolarizados e mais suscetíveis a se assustar com a urna eletrônica e o excesso de números, errando. O outro fator é que, em pesquisas, as pessoas tendem a manifestar voto no favorito.
Na privacidade da cabine eleitoral, o voto pode ser outro.
Na eleição de 2002, Lula já entrou virtualmente vitorioso no início do segundo turno, mas mesmo assim teve quase quatro pontos menos do que as últimas pesquisas indicavam, assim como seu adversário, o tucano José Serra, teve um ponto a mais. Como a margem de Lula era bastante tranqüila, a diferença passou quase em branco.
Mas, diante de uma margem pequena, qualquer ventinho para um lado ou para o outro pode fazer marola.
E assim chegamos ao fim de uma campanha sem emoção, sem militância, sem bandeiras vermelhas, sem confronto de idéias, sem muita vontade. Sem esperança. E com medo. Com medo de não ser feliz.
Agora, não há mais campanha, não há mais pesquisa, não há mais o que analisar. Fatos, votos, decisão.
E que dê o que é melhor para o Brasil e para os brasileiros.
elianec@uol.com.br