SHEILA D"AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com a saída de Antonio Palocci do comando da área econômica, o governo tenta evitar que a violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa seja caracterizada como crime de Estado.
No final de semana, assessores próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertaram para o risco de o agravamento dessa crise evoluir de tal forma que acabaria comprometendo o presidente e deixaria portas abertas para a retomada dos discursos de impeachment pela oposição.
A avaliação era de que seria necessário "personalizar" o crime, responsabilizando pessoas e não "instituições". Lula resistia a entregar Palocci por considerar que o ministro prestou um grande serviço a seu governo e porque poderia parecer que ele se rendeu à oposição que, na semana passada, pediu a saída do ministro.
O presidente queria evitar que se repetisse o acontecido na demissão de José Dirceu da Casa Civil, ocorrida após o deputado cassado Roberto Jefferson ter afirmado que ele deveria deixar o cargo. Havia ainda a preocupação de que sem o foro especial que o cargo de ministro lhe oferece, Palocci ficaria exposto a pedido de prisão.
O esforço de alguns assessores no Planalto nos últimos dias foi convencer Lula que não adiantaria responsabilizar apenas funcionários de nível técnico e, portanto, era preciso "entregar nomes graduados". Uma possibilidade seria o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, assumir a culpa juntamente com o assessor especial de Palocci, Marcelo Netto. Isso daria uma sobrevida ao ministro.
No Palácio do Planalto já se sabia que Mattoso não aceitaria esse sacrifício e havia o temor que ele "colocasse a boca no trombone", envolvendo o ministro diretamente. Segundo interlocutores do presidente, o crime de quebra de sigilo bancário deixaria Mattoso "queimado" profissionalmente e ele não admitiria pressões para ser o único culpado.
Ainda assim, o governo preferiu esperar e evolução do caso com o depoimento dos funcionários da Caixa que estão envolvidos na quebra do sigilo. Para o Palácio do Planalto, o envolvimento direto de Mattoso era apenas uma questão de horas porque os funcionários iriam informar o nome de quem pediu os dados bancários do caseiro. Restava apenas saber como o presidente da Caixa reagiria se citado nos depoimentos. Mesmo que ele não fosse ligado diretamente, algum tipo de envolvimento acreditava-se que ele teve.
O prazo de 15 dias pedido pela Caixa para apurar a responsabilidade no episódio foi classificado por integrantes do governo como um tempo para tentar "arrumar um bode expiatório". Ao invés disso, "as coisas foram se complicando dia após dia" e tentava-se costurar no governo uma forma dele sair. O sumiço do computador foi a "gota d"água" para assessores de Lula.
Ontem, após depor na PF, o presidente da Caixa redigiu uma nota oficial colocando seu cargo à disposição do presidente.
Com o afastamento das pessoas envolvidas nesse episódio, o governo acredita que terá tempo para recuperar a imagem do presidente e minimizar o impacto dos discursos da oposição.
A saída de Palocci deixa Lula sem os chamados "integrantes do núcleo duro", pessoas de extrema confiança do presidente e mais próximas a ele. José Dirceu deixou o governo envolvido em denúncias do mensalão e Luiz Gushiken perdeu o status de ministro.
Entrevista:O Estado inteligente
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terça-feira, março 28, 2006
Temor de crime de Estado motivou queda
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