Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, março 30, 2006

Dada a partida

Dada a partida
EDITORIAL
O Globo
30/3/2006

Uma economia ganha importância e gera mais renda à medida que consegue adicionar valor ao que produz. O Rio de Janeiro responde por 83% da produção brasileira de petróleo e por quase 50% do gás natural, que por si só já representam considerável riqueza para o estado e os municípios fluminenses. Ao utilizar o gás natural e o petróleo em refinarias e indústrias petroquímicas, o Estado do Rio vai acrescentar ainda mais valor a essa riqueza, em proporção hoje difícil de ser mensurada, tamanho é o efeito multiplicador de tal cadeia produtiva.

O anúncio de investimento da ordem de US$ 6,5 bilhões em um novo complexo petroquímico, capitaneado pela Petrobras, o grupo Ultra e o BNDES, na região metropolitana do Rio, é de fato muito animador pois com isso a economia fluminense reafirma a sua vocação industrial, que perdeu importância nos anos 70 e 80, e começou a se recuperar na década de 90.

Um complexo petroquímico dessas dimensões — que um dos diretores da Petrobras chegou a comparar com o equivalente a três vezes a Refinaria de Duque de Caxias — certamente terá forte impacto sobre a infra-estrutura da sua área de influência, demandará mão-de-obra especializada e serviços.

Ao idealizar os projetos, os investidores se preocuparam em montar um centro de inteligência (que ficará localizado em São Gonçalo) para aproveitar a potencialidade da região. No entanto, é preciso que de imediato instituições empresariais e governamentais se mobilizem para criar condições de atendimento a todas essas demandas.

Por exemplo: os acessos aos portos do Rio, Niterói e Itaguaí precisam ser melhorados e ampliados antes mesmo que a primeira fase do complexo entre em funcionamento — pois durante as obras será preciso movimentar grande quantidade de material e equipamentos. E o almejado arco rodoviário que interligará as principais rodovias que chegam ao Rio, se antes era importante, tornou-se imprescindível.

Simultaneamente, será necessário preparar os futuros trabalhadores do complexo e atrair para o estado fornecedores de bens e serviços. É tarefa que exige coordenação e entendimento.

Arquivo do blog