Entrevista:O Estado inteligente

segunda-feira, março 27, 2006

Lucia Hippolito :Para coração forte

   

"Esta semana promete emoções fortíssimas por todo o país. Até sexta-feira, todo ocupante de cargo público que quiser disputar uma eleição tem que se desincompatibilizar, ou seja, demitir-se de seu cargo.


As únicas exceções são os governadores que disputam reeleição e o presidente da República.


A necessidade de desincompatibilização deve mexer com prefeituras, governos estaduais, secretariados e com o ministério do presidente Lula.


A única renúncia oficial, até agora, é a do governador paulista Geraldo Alckmin, que é candidato a presidente da República. Quanto ao mais, por enquanto é tudo especulação.


Em São Paulo, o prefeito José Serra ainda não decidiu oficialmente se vai disputar o governo estadual.


Da mesma maneira, o governador gaúcho Germano Rigotto, que anunciou sua renúncia, ainda não oficializou a decisão. Até porque Rigotto pode ser candidato à reeleição.


No Rio de Janeiro, a situação é um pouco mais complicada, porque a governadora Rosinha Mateus pode tornar seu marido, Anthony Garotinho, inelegível.


Se Rosinha permanecer à frente do governo, Garotinho não pode ser candidato nem a deputado federal nem a senador.


Só lhe restaria a disputa pela presidência da República.


Em Sergipe, o prefeito de Aracaju, Marcelo Deda, vai deixar o cargo para disputar o governo do estado. Mas também pode se tornar ministro de Lula.


Isto porque, dos 35 ministros, uma meia dúzia deve sair para disputar eleição, ou para o Congresso ou para governos estaduais. Saraiva Felipe, da Saúde; Ciro Gomes, da Integração Nacional; Jaques Wagner, das Relações Institucionais; Agnelo Queiroz, dos Esportes; José Fritsch, da Pesca, e Alfredo Nascimento, dos Transportes, devem deixar o governo.


O vice-presidente e também ministro da Defesa, José Alencar, que sonha em ser novamente o companheiro de chapa de Lula, também pode deixar o ministério.


Tudo isto estava mais ou menos previsto. Governos em fim de mandato vão ficando sem os políticos mais vistosos e acabam comandados por técnicos. Faz parte do programa.


O que não fazia parte do script era a saída de Antônio Palocci do Ministério da Fazenda. Esta é uma substituição peso-pesado, e de uma delicadeza de cristal.


Quem quer que venha a ser escolhido para substituí-lo precisa conquistar rapidamente a confiança dos agentes econômicos, para minimizar os efeitos da saída de Palocci.


Não pode balançar a canoa. Caso contrário, afunda as pretensões de reeleição do presidente Lula."

Enviada por: Ricardo Noblat

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