História oficial
Neste exato momento, há pessoas empenhadas em convencer Hamilton Lacerda, o ex-faz-tudo de Aloizio Mercadante, de que todos perdem se todos caírem. Ou seja: numa perspectiva absolutamente racional, se a cúpula dança junto, isso em nada muda a situação do próprio Lacerda, que já está implicado na confusão até o pescoço. Ele — e familiares — resiste à idéia de servir de bode expiatório ou de boi de piranha. Estão tentando convencê-los de que essa é a melhor — ou a única — saída. Em síntese: tudo começou no PT de São Paulo (conforme disse Tarso Genro a Diogo Mainardi); o objetivo era beneficiar a candidatura de Mercadante; Mercadante, por sua vez, não sabia de nada. E a participação dos homens de confiança do presidente Lula? A instrução é tirar da jogada Freud Godoy, e o resto se ajeita. Todos são, de algum modo, velhos conhecidos do sindicalismo e da CUT. O meganha, Gedimar Passos, entra porque, afinal, Lorenzetti era do setor de Inteligência da campanha, assim como Osvaldo Bargas, do PT de... São Paulo. Valdebran era o petista à mão em Cuiabá. Até o dia do debate, Lula gostaria de ver a história contada assim. Em tempo: cabe a Mercadante convencer Lacerda, não ao PT nacional.