Entrevista:O Estado inteligente

domingo, outubro 22, 2006

CLÓVIS ROSSI O crime comprovado

SÃO PAULO - A Polícia Federal, tão elogiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está acusando o presidente-candidato de crime eleitoral. É a única conclusão possível a tirar do relatório parcial do delegado Diógenes Curado Filho a respeito do caso do dossiê. Basta seguir o teorema seguinte:
1 - O delegado acusa Jorge Lorenzetti de ter sido "a pessoa que articulou em âmbito nacional a compra do dossiê". A propósito, Gilberto Carvalho, o secretário particular do presidente, também aponta o dedo, indiretamente, para Lorenzetti.
Descobertos os telefonemas que trocou com o acusado, Carvalho afirmou: "Disseram que o Lorenzetti estava no rolo". Quem "disseram", cara pálida? Só pode ter sido gente da campanha, do governo ou do PT.
Quem quer que seja, sabia que os que Lula chamou de "aloprados" (mas que, na verdade, são delinqüentes) são perfeitamente capazes de meter-se em "rolos" (crimes, em português claro).
2 - O chefe do "rolo", Lorenzetti, era, à época, analista de risco e mídia da campanha Lula.
3 - É crime eleitoral não apenas usar dinheiro ilícito para fins eleitorais mas também captá-lo. Se Lorenzetti "articulou em âmbito nacional a compra do dossiê", cometeu crime eleitoral.
4 - O candidato, como o próprio Lula admitiu, na sabatina da Folha, responde pelos ilícitos cometidos pela sua campanha.
É elementar, meus caros Watsons da vida. Se vai ou não produzir conseqüências, só se saberá com o caminhar do processo já em curso na Justiça Eleitoral, o que pode tardar anos, muitos, talvez.
De todo modo, pela primeira vez a eleição de um presidente estará "sub judice", por culpa única e exclusiva do que Lula chama de "burrices" de seus amigos e correligionários, fugindo de novo à palavra certa: foram crimes.

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