Entrevista:O Estado inteligente

sábado, julho 05, 2008

Radar

Lauro Jardim
e-mail: ljardim@abril.com.br

Um convite a FHC

Juan Mabromata/AFP
Lula: o assunto é a reforma política

Lula tem dito aos mais próximos que em breve convidará Fernando Henrique Cardoso para jantar com ele no Palácio da Alvorada. Como prato principal, a discussão da reforma política – um daqueles assuntos, assim como a reforma tributária, sobre os quais os políticos adoram perorar, mas que nunca conseguem avançar um milímetro. Inicialmente, Lula pensara em chamar todos os ex-presidentes para debater o tema. Achou melhor, no entanto, restringir a conversa ao seu antecessor. Aos mesmos interlocutores, o presidente disse que quer aproveitar o reencontro recente dos dois, no enterro de Ruth Cardoso, para tentar manter uma relação menos conflituosa com FHC. Resta saber se o ex-presidente aceitará o convite.

Eleições 2008

Aliança mineira em ação
No sábado (12), as ruas de Belo Horizonte, mais especificamente de Venda Nova, o bairro mais populoso da capital mineira, verão pela primeira vez como será na prática a união tucano-petista (ou será o contrário?). Uma caminhada, seguida de comício, reunirá Aécio Neves, Fernando Pimentel e o candidato dos dois à prefeitura, Márcio Lacerda. Militantes do PT e do PSDB marcharão juntos e, mais surpreendente, agitando suas bandeiras uns ao lado dos outros – e não uns contra os outros.

Lei do silêncio
Segundo as pesquisas, metade da população nem sabe que haverá eleições em outubro. Mas os que vivem no mundo da lua notarão que algo mudou já neste fim de semana, quando começa oficialmente a campanha. Com ela, entra em vigor uma série de regras. Uma delas garante o sono da população. O TSE determinou que os comícios ocorram sempre entre 8 horas e meia-noite e os carros de som só funcionem das 8 às 22 horas. Carro de som até 22 horas, o.k. Mas comício começando às 8 horas é de doer. De doer os ouvidos.

Governo

O homem do colete
Carlos Minc prepara para os próximos dias sua aparição na primeira ação do Ministério do Meio Ambiente com a Polícia Federal. A área de atuação vem sendo guardada a sete chaves, mas o ministro, que gosta de um holofote, está ansioso.

Lobão diz que Lula apóia
Aos mais próximos, Edison Lobão garante que sua idéia de criar uma nova estatal de petróleo, que ficaria com as bilionárias áreas de exploração do pré-sal, tem o apoio de Lula. E que o presidente se manifestará sobre o assunto "na hora devida".

Aviação

Neeleman, o otimista
Ninguém entende por que David Neeleman, que está abrindo a Azul, nova empresa aérea brasileira, é um entusiasmado com o setor. Se olhasse para a Bovespa, o criador da JetBlue só veria nuvens carregadas: as três ações que mais caíram nos últimos doze meses são do ramo da aviação. Pela ordem, Gol (queda de 76%), TAM (59% de desvalorização) e Embraer (58% a menos). Deve ser aquela história de enxergar um copo meio vazio como meio cheio...

Afasta de mim esta pá

Fotos Lailson Santos e Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro
Pedro II, a pá e o carrinho: ele não gostou de pegar no pesado

A pá com cabo de prata e o carrinho feito de jacarandá da foto ao lado – que integram uma exposição sobre o barão de Mauá que o Centro Cultural Banco do Brasil inaugura na semana que vem no Rio de Janeiro – foram protagonistas de uma gafe histórica. Em 1852, Mauá ofereceu pá e carrinho para que dom Pedro II desse o início simbólico às obras da primeira ferrovia brasileira, que ligaria o Rio de Janeiro a Petrópolis. Nos dias de hoje, qualquer político brigaria para dar o pontapé inicial numa obra de tamanha envergadura – e como brigam, aliás. Mas fazer um imperador, ainda que simbolicamente, pegar no pesado, função que cabia aos escravos, foi considerado ofensivo. Meio contrariado, dom Pedro usou a pá – pela primeira e última vez na vida. Alguns historiadores especulam que, a partir do episódio, as relações entre Mauá e o imperador nunca mais foram as mesmas.

• Economia

A Odebrecht avança
A Odebrecht está negociando a compra da GDK, que atua na construção de gasodutos e plataformas de petróleo e ficou mais conhecida dos brasileiros por ter presenteado Silvinho Pereira com um Land Rover de 73.000 reais.

Os generais no campo de batalha
Além de Carlos Brito, presidente da InBev, há outra turma de peso nos Estados Unidos, na linha de frente da batalha pela compra da Anheuser-Busch. É o trio composto por Marcel Telles, Beto Sicupira e Jorge Paulo Lemann, os maiores acionistas individuais da InBev e estrategistas da operação. Marcel e Sicupira ficarão por lá até agosto – quando, supõe-se, termina o prazo que eles se deram para fechar o negócio. Lemann tem ido e voltado, todas as semanas, dos Estados Unidos para a Suíça, onde mora.

Invadindo a América
A Vale não desistiu de fazer sua megaaquisição internacional. Na ponta da mira da empresa brasileira estão as americanas Alcoa (gigante do alumínio) e Freeport Mcmoran (produtora de cobre e ouro).

Varejo concentrado
A concentração no setor de supermercados aumentará até o fim do ano. Mas nada de gigante comprando gigante. Wal-Mart, Carrefour e Pão de Açúcar, os principais varejistas do país, estão buscando supermercados regionais. No topo da lista estão Zaffari (RS), Angeloni (PR), Bretas (MG) e Comper (SC). Até o fim do ano, pelo menos uns dois negócios serão concluídos.

• Cigarros

Fumaça nova
A Souza Cruz está fazendo testes em alguns mercados para lançar no Brasil a centenária marca Dunhill, vendida em mais de 100 países.

• Cerveja

Sem álcool? Nem tanto
Um alerta para quem quer sair por aí enchendo a cara com cerveja sem álcool e depois ir para casa dirigindo: você pode perder sua carteira de motorista. Três latinhas são suficientes para que o bafômetro acenda a luz vermelha. Uma peculiaridade da legislação permite que as cervejas em questão contenham teor alcoólico de até 0,5%. Somente uma marca não faz uso dessa prerrogativa.

• Livros

Conselheira de Obama
Em agosto, desembarca no Brasil Samantha Power, uma das mais próximas conselheiras de Barack Obama, com quem trabalhou entre 2005 e 2006. Sua vinda nada tem a ver com as eleições americanas. Samantha vem lançar na Bienal de Livros de São Paulo O Homem que Queria Salvar o Mundo, a biografia do embaixador Sérgio Vieira de Mello, morto em agosto de 2003, no Iraque.

Com Paulo Celso Pereira. Colaborou Marcelo Bortoloti

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