Entrevista:O Estado inteligente

sábado, julho 12, 2008

A primeira-dama francesa lança novo disco

"Você é minha orgia"

Carla Bruni em canto e verso confirma:
nunca houve uma primeira-dama como ela

Chamussy/AP

Desde que conheceu (em novembro), namorou, noivou e se casou (em fevereiro) com o presidente francês Nicolas Sarkozy, 53 anos, a modelo que virou cantora Carla Bruni-Sarkozy, 40, não pára de insuflar ânimo e charme numa posição sem graça por princípio – a de primeira-dama. Carla é linda, elegante até a sola dos sapatos (sem salto para não sombrear o marido), milionária por conta própria e está apaixonada, como faz questão de mostrar ao mundo. Agora, super-Carla encanta novamente: na sexta-feira, em meio a uma portentosa operação publicitária abertamente orquestrada pelo Palácio do Eliseu, lançou seu terceiro CD – e nele diz coisas que nenhuma primeira-dama disse antes. Exemplo: "Continuo a ser criança, apesar dos meus 40 anos, apesar dos meus trinta amantes" (Je Suis une Enfant). Outro exemplo: "Meu homem, eu enrolo e fumo", verso da canção Tu Es Ma Came (Você é minha droga), que quase cria um incidente diplomático – nela, a doce madame Sarkozy celebra um amor "mais mortal que a heroína afegã, mais perigoso que a branca colombiana", referência à cocaína que o governo da Colômbia deplorou formalmente. Pode? Carla Bruni, evidentemente, pode.

Numa das várias entrevistas que acompanham o lançamento de Comme Si de Rien N’Était (Como se nada houvesse), Carla disse que as onze canções que levam sua assinatura, das catorze do disco, foram compostas "algumas antes, algumas durante e algumas depois" do romance com o presidente. Na verdade, quase todas são anteriores – por ocasião do famoso jantar em casa de amigos no qual o casal se conheceu, a produção do CD já estava adiantada. Dedicada ao marido, sem sombra de dúvida, só mesmo Ta Tienne (Sua, traduzida em parte no quadro ao lado), em que canta "Você é meu senhor, você é meu querido, você é minha orgia". Precisa mais? O novo disco dividiu a crítica: parte elogiou os arranjos elaborados que acompanham sua voz delicada e sussurrante, parte achou tudo pura perda de tempo. Quatro canções podem ser ouvidas até o dia 21 na internet, na página da cantora (www.carlabruni.com) e no site de relacionamento MySpace (br.myspace.com/carlabruni). No primeiro dia, meio milhão de pessoas acessaram as faixas e, independentemente das resenhas, o CD deve vender bem. Na recente rodada de entrevistas, que deve prosseguir por alguns dias, Carla informou que sua parte nas vendas será doada a instituições de caridade. Revelou que continua compondo, mas não pretende lançar outro disco enquanto o marido for presidente, pois as pessoas fazem "certa confusão" entre a cantora e a primeira-dama. Comunicou que não é mais italiana – naturalizou-se francesa e "agora espero o passaporte". Afirmou que adoraria engravidar de novo (é mãe de um menino de 7 anos), mas "aos 40 é mais difícil". E fez gracinha: "As pessoas vivem me perguntando se estou grávida. Acho que estou é barriguda". Até parece.

Senhores, morram de inveja

Trecho de Ta Tienne (Sua), a canção que
Carla escreveu para Nicolas:

Dei um fim
A todos os meus emblemas
À minha carreira de amazona
À minha liberdade soberana

Te dou meu corpo, minha alma e
meu crisântemo
Porque sou sua

Você é meu senhor, você é meu querido
Você é minha orgia
Você é minha loucura, minha mistura
Você é meu pão consagrado
Meu príncipe encantado
Sou sua

Cuidado, sou italiana
Vou desanimar as mulheres
Vou amordaçar as belas sereias
Eu que sempre brinquei com fogo
Ardo por você como uma pagã
Eu que fazia os
homens dançar
Me dou a você inteiramente

Arquivo do blog