A oferta de cursos de pós-graduação em gestão ambiental aumentou nos últimos cinco anos, assim como a procura por eles. Especialistas de companhias que atuam nesse mercado indicam três cursos reconhecidos pela excelência do ensino e ex-alunos falam sobre o impacto que a especialização teve em sua carreira
Ricardo Fasanello |
MBE — Pós-graduação em meio ambiente
Onde: coordenação dos programas de pós-graduação de engenharia (Coppe) da UFRJ, Rio de Janeiro
Preço: 15 000 reais
Diferencial: é o mais rápido dos três, com duração de um ano
Impacto na carreira: "Fui promovido ainda durante o curso. Aprendi questões específicas sobre meio ambiente e outras, mais genéricas, sobre administração. Eu as utilizo no meu trabalho diariamente" – Cristiano Duarte, 33 anos, engenheiro mecânico, coordenador de prevenção de acidentes da Petrobras
MBA Executivo em Gestão Ambiental
Onde: Fundação Getúlio Vargas, vários estados
Preço: 19 000 reais
Diferencial: o aluno pode optar por complementar o curso com um módulo internacional do MBA, oferecido em universidades americanas
Impacto na carreira: "O curso me deu formação em assuntos como legislação ambiental e gerenciamento de risco, que eu não dominava quando comecei a trabalhar com meio ambiente. Depois do MBA, fiquei mais dois anos na área e fui promovida em seguida" – Cassandra Avelar, 34 anos, engenheira de produção, coordenadora da fábrica de lubrificantes da Petróleo Ipiranga
MBA em Gestão e Tecnologias Ambientais
Onde: Escola Politécnica da USP, São Paulo
Preço: 19 000 reais
Diferencial: o aluno pode montar o curso de acordo com seus interesses, escolhendo catorze disciplinas entre as 29 oferecidas
Impacto na carreira: "Antes, trabalhava em um órgão estadual. Depois do MBA, comecei a prestar consultoria para o setor privado e hoje trabalho em uma empresa líder mundial no seu segmento" – Mauro Jaymes, 43 anos, biólogo, auditor do Bureau Veritas Certification
Natureza radical Uma pesquisa realizada com 1 200 europeus entre 16 e 24 anos detectou uma nova categoria de jovens: os extremistas verdes. Eles já representam 25% de sua geração. Os critérios ecologicamente corretos norteiam não só seus hábitos de consumo, mas também sua vida pessoal. Algumas atitudes desses jovens em relação... ...aos pais 67% os ensinaram a reciclar o lixo 50% encorajam a compra de produtos ecologicamente corretos ...às amizades e ao namoro 33% não se tornariam amigos de alguém que não se importa com o meio ambiente 30% só aceitam namorar quem se interessa por questões ambientais ...aos hábitos de consumo 70% acham que os alimentos só deveriam ser embalados em material descartável 58% pagam mais por um alimento se tiverem certeza de que ele não prejudica o meio ambiente 13% acreditam que viagens de avião a lazer deveriam ser proibidas Fonte: The Future Foundation |
Especialistas consultados: Ivana Ribeiro (da BSH-Continental), Paula Zimet (da Electrolux), Paulo Vodianitskaia (da Whirpool), Petrobras, Raquel Diniz
(do Instituto Akatu), Ricardo Baitelo (do Greenpeace) e Zsolt Makray (Viva Equipamentos)
Com reportagem de Camila Pereira, Marcos Todeschini e Noelly Russo
As vantagens dos eletrodomésticos com selo verde
Monica Weinberg
Uma nova leva de eletrodomésticos chega ao mercado
com recursos para minimizar seus impactos nocivos
sobre o meio ambiente. Eles estão de acordo com
as novas regras divulgadas pelo governo neste mês:
até o fim do ano, produtos considerados ineficientes
no consumo de energia serão retirados das prateleiras.
A norma vale para refrigeradores, condicionadores de ar, freezers, fogões e fornos a gás. A iniciativa dos fabricantes de produzir aparelhos ecologicamente corretos também atende à demanda dos consumidores. De acordo com uma pesquisa do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, quatro em cada dez brasileiros estão dispostos a pagar mais por um produto com selo verde. A seguir, especialistas explicam o impacto de alguns eletrodomésticos na natureza e dão dicas para a escolha de produtos que poupam o meio ambiente.
Fotos Divulgação |
Ar-condicionado
Por que agride o meio ambiente: os condicionadores de ar são responsáveis por até 25% do consumo total de energia de uma casa. Outro impacto negativo é que, para obter o resfriamento do ar, os aparelhos utilizam gases que aumentam o efeito estufa
O que procurar na compra:
• capacidade de refrigeração adequada ao tamanho do ambiente em que o aparelho será instalado. Ela é medida pela unidade BTU/h, indicada na embalagem. A relação ideal é de 500 a 800 BTU/h por metro quadrado
• recursos econômicos, como timers, para programar o desligamento automático, e sensores que ajustam a temperatura do aparelho de acordo com o número de pessoas no ambiente
Modelo sugerido: Ecobrisa EB20, da Viva. Seu processo de refrigeração usa água no lugar de gás e o aparelho economiza até 95% da energia consumida por um modelo tradicional. É recomendado para áreas de 10 a 20 metros quadrados e resfria o ambiente em até 10 graus. O aparelho tem o selo de recomendação do Greenpeace
Preço: 1 655 reais
Para usar com mais eficiência: a cada 2 graus celsius a mais no termostato, 300 quilos de CO2 deixam de ser despejados na atmosfera por ano – quantidade absorvida por 62 árvores no mesmo período. Lembre-se disso ao ajustar a temperatura do aparelho
Roberto Setton | Geladeira sempre na temperatura mínima, aparelhos desligados da tomada para não gastar energia no modo stand by. O fotógrafo Diego Gazola, de 26 anos, faz o que pode para minimizar o impacto de seus aparelhos domésticos no meio ambiente. Até abrir mão de alguns deles. "Para que comprar um aparelho de som ou um DVD se é possível assistir a filmes e ouvir música no computador?" |
Máquina de lavar roupa
Por que agride o meio ambiente: além do gasto de energia, o aparelho consome grande quantidade de água. As lavadoras disponíveis no mercado gastam, em média, 145 litros a cada ciclo – 30% mais do que a necessidade diária de consumo por pessoa
O que procurar na compra:
• volume de água por quilo de roupa lavada. Essa informação aparece sob o título "consumo específico" na etiqueta do Inmetro. As mais econômicas gastam menos de 15 litros por quilo
Modelo sugerido: Sexto Sentido, da Brastemp. Por meio de sensores que identificam a quantidade de roupa na máquina, a lavadora calcula o volume de água necessário para cada ciclo. Tem o selo Procel de eficiência energética
Preço: 3500 reais
Para usar com mais eficiência: reaproveite a água do último enxágüe para outras tarefas domésticas, como limpeza do chão ou do quintal. Em uma casa em que a máquina funciona três vezes por semana, é uma economia de 20 000 litros de água por ano – o equivalente a um caminhão-pipa
Refrigerador
Por que agride o meio ambiente: a geladeira e o freezer respondem por até 30% do consumo de energia em uma casa. Além disso, um gás que contribui em grande medida para o efeito estufa, o hidrofluorcarbono (HFC), é responsável pelo sistema de refrigeração da maioria dos aparelhos
O que procurar na compra:
• refrigeradores que usem o gás isobutano. Ele substitui o HFC, com a vantagem de que sua contribuição para o efeito estufa e, conseqüentemente, para o aquecimento global é quase nula – no caso, 400 vezes menor do que a do HFC
• recursos que ajudem a economizar energia, como sensores que diminuem automaticamente a potência do aparelho quando a geladeira fica mais vazia
Modelo sugerido: Bosch Space KDN49P – por enquanto, a fabricante é a única do mercado que utiliza o gás isobutano para refrigeração. Vendido como o primeiro refrigerador 100% ecológico, conta com o selo Procel
Preço: 2 700 reais
Para usar com mais eficiência: evite deixar a porta aberta por muito tempo. Cada vez que se abre a geladeira, o ar quente entra e seu motor precisa trabalhar mais (e consumir mais energia) para manter a temperatura baixa
Carimbos de eficiência Dois certificados ajudam o consumidor a escolher aparelhos que gastam menos energia e, portanto, agridem menos o meio ambiente. Procure por eles na hora da compra
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O que vem por aí A indústria de eletrônicos também investe em linhas de produtos mais ecológicos. Duas novidades recém-lançadas na Europa e nos Estados Unidos devem chegar em breve ao Brasil
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