O Estado de S. Paulo |
21/8/2007 |
No Supremo Tribunal Federal serão revisitados nesta semana todos os atos e os fatos que resultaram na maior crise política do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio da Silva e dizimaram a imagem do PT como baluarte da ética, mas nem o governo nem o partido dão sinais de que compreenderam a gravidade do episódio. Não tiraram nenhuma lição da adversidade, não aproveitaram para fazer daquele limão uma limonada, não mudaram seus procedimentos. Ao contrário. O governo continua em passo firme na marcha da cooptação parlamentar em troca de favores mediante o uso dos instrumentos de Estado e o partido está prestes a realizar seu terceiro congresso sem exibir resquícios de arrependimento e sem sentir a menor necessidade de se dedicar ao trabalho da autocrítica. O único “sentimento” captado a partir do Palácio do Planalto é o da preocupação com o desconforto político que trará ao ambiente o processo de decisão do STF sobre a abertura, ou não, de processo contra a “organização criminosa” montada no governo com vistas à perpetuação do poder, denunciada em 2005 pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. No PT, o pensamento predominante é o de “bola para frente”. Sentido este razoável se o partido tivesse ao menos feito uma boa revisão de suas condutas, se tivesse punido a contento os autores das malfeitorias e se tivesse reconhecido que não houve “erros”, mas que foram cometidos crimes. Como não fez nada disso, ensaiou algumas punições de fancaria, ajudou vários dos acusados a se manter na vida pública e forneceu a alguns deles socorro profissional - a uns menos, como contratos de consultoria a Silvio Pereira, a outros mais, como contratos robustos de publicidade a Duda Mendonça -, o PT continua devedor. Reclamam, o partido e o governo, do remexer de feridas agora, a propósito do julgamento no Supremo Tribunal Federal, mas não se dão conta de que elas arderão mais justamente porque foram por eles mantidas abertas. O governo, depois das demissões de ministros, acha que fez o que tinha de fazer. Zerou o jogo só porque Lula foi reeleito, continua com a popularidade preservada em setores mais numerosos da sociedade e, aparentemente, consegue convencê-los de que o presidente é uma coisa, o governo outra, o partido uma terceira. Por este raciocínio, todos atuam com total independência, sendo, assim, perfeitamente possível a figura-chave desse conjunto não saber de coisa alguma a respeito dos movimentos das outras peças. O partido, depois da troca nominal do comando, também considerou resolvida a questão. Deputados de destaque no escândalo foram reeleitos, partidos aliados envolvidos no esquema de financiamento de campanhas continuaram fazendo parte da aliança e agora, como dizem os dirigentes, qualquer ato interno de remoção dos entulhos equivale à promoção de uma “caça às bruxas”. Ambos se impõem um ledo auto-engano e, por causa dele, repetem, dois anos depois, os equívocos essenciais que levaram a uma situação da qual escaparam eleitoral, mas não politicamente e, muito menos, eticamente falando. Os votos recebidos não apagam os fatos havidos. Prova será dada a partir de quarta-feira, quando governo e partido - seja qual for o resultado no Supremo - reviverão todos aqueles episódios sem privar da prerrogativa de dizer, em alto e bom som, com a consciência leve dos justos, que pertencem a um passado que já passou. Campanha do 3 O presidente da agência de publicidade Master, Antônio Freitas, responsável pela campanha institucional do Banco do Brasil que adota como emblema o número “3” e suscita a desconfiança de que seja propaganda subliminar em favor de um terceiro mandato para o presidente Lula, envia e-mail a título de esclarecimento. Segundo ele, a campanha não tem esse fim nem pode ser qualificada de “ineficaz” por causa do hermetismo da mensagem resultante da soma dos algarismos 2 e 1 da Agenda 21 sobre o desenvolvimento sustentável. O objetivo é contribuir com o tema e conseguir o engajamento da população. “Daí a sugestão para a adoção de três atitudes positivas no dia-a-dia dos brasileiros, em favor da sustentabilidade, mostrando que cada um de nós pode ser um agente transformador do futuro”, diz Antônio Freitas. De acordo com o publicitário, ao longo da campanha serão apresentados casos e exemplos em que, “com a intervenção do Banco do Brasil”, muitas situações foram e estão sendo mudadas em todo o País. “Ao falar sobre desenvolvimento sustentável, o BB acompanha as grandes marcas do País e do mundo. Sai do discurso auto-referencial e, de forma inédita, convida para que cada um faça algo, como o próprio banco já faz. E talvez a polêmica seja justamente motivada por isso, porque ninguém pensou nisso antes. A campanha ‘Decida pelo 3’ segue as recomendações das lideranças mundiais do setor que pedem mais ação e menos discurso.” |
Entrevista:O Estado inteligente
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terça-feira, agosto 21, 2007
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