Entrevista:O Estado inteligente

sábado, agosto 18, 2007

Câmeras digitais oferecem muito mais que megapixels

Megapixel não é tudo

Qualidade de fotos todas têm. Agora, as novas
câmeras oferecem recursos de computador


Carlos Rydlewski


Fotos divulgação
A HP R837 oferece recursos de tratamento de imagem: emagrece pessoas ou dá tratamento de desenho ao carro. Preço: 1 299 reais

MAIS GORDA
A HP R837 alarga os elementos na periferia da imagem (note os troncos das árvores nos detalhes)...
MAIS MAGRA
...mas afina a pessoa no centro da imagem. Acima, a moça ficou mais esbelta

Durante quase uma década, à medida que as câmeras digitais se tornavam um equipamento que todo mundo tem em casa, os fabricantes competiram para ver quem oferecia melhor resolução por menor preço. A disputa era medida em números de megapixels, os milhões de pequenos pontos que formam a imagem. Hoje, as lojas estão repletas de máquinas com resolução acima de 6 megapixels. Metade disso já é suficiente para a impressão de fotos de boa qualidade no tamanho 10 por 15 centímetros, o preferido dos amadores. O excesso de megapixels pode até ser um estorvo, pois resulta em arquivos enormes, difíceis de manipular no computador. Por isso tudo, a disputa em termos de megapixels está praticamente encerrada. Para encontrarem novos compradores, os fabricantes mudaram o foco e passaram a produzir aparelhos que, além de tirar fotos, são capazes de oferecer recursos de edição de imagem e até música com qualidade estéreo.

Muita coisa que antes só era possível realizar num computador de mesa – eliminar manchas da pele ou distorcer uma imagem, por exemplo – já pode ser feita na própria câmera. Algumas delas oferecem telas de cristal líquido com a tecnologia touch screen (que funciona por toque, como o iPhone), o que facilita o acesso aos programas de edição. "As inovações permitem a um amador fazer fotos com qualidade que, apenas um ano atrás, só estava ao alcance de profissionais", diz Flávio Takeda, responsável pela divisão de fotografias da Roland DG, uma das líderes mundiais no setor de impressões. Em junho, a Kodak mostrou um novo sensor que pode quadruplicar a sensibilidade à luz das máquinas digitais. Isso quer dizer que imagens nítidas podem ser captadas mesmo em locais pouco iluminados. "Boas fotos poderão ser tiradas com pouquíssima luz, como quando uma criança estiver apagando a vela do bolo de seu aniversário", diz Chris McNiffe, responsável pelo desenvolvimento do produto, que deve começar a ser vendido no próximo ano.

As câmeras também ganharam funções que pouco têm a ver com a fotografia propriamente dita. O modelo Easyshare-One, da Kodak, empacota as imagens em e-mails e as envia por conexão wi-fi. A Casio Exilim coloca os vídeos produzidos no aparelho em um formato próprio para reprodução no YouTube, o principal site de compartilhamento de vídeos da web. A enxurrada de novos recursos não é suficiente para garantir o futuro da câmera digital. A transição da tecnologia analógica, dos filmes em película, para a digital arruinou a indústria fotográfica. Fabricantes tradicionais, como a japonesa Konica Minolta (máquinas fotográficas) e a belga Agfa (filmes e papéis), deixaram o ramo. Agora são as câmeras digitais que enfrentam uma concorrência ameaçadora, a dos celulares. As câmeras instaladas nos telefones também estão se enchendo de megapixels. Muitos especialistas acreditam que os celulares terminarão por ser a câmera digital preferida dos amadores.

Desde 2005, a maior fabricante de câmeras digitais é a Nokia, uma empresa de telefonia. No ano passado, ela produziu 347 milhões de telefones, quatro em cada dez deles equipados com câmera digital. Em alguns países ricos, como o Japão, a venda de câmeras digitais está em declínio. Na maioria das nações em desenvolvimento ainda há muito espaço para crescer. O mercado brasileiro de câmeras digitais expandiu-se 35% no primeiro semestre de 2007. Por aqui, a sede por megapixels – e tudo mais que as câmeras atuais têm a oferecer – ainda deve durar.

ELA TAMBÉM TOCA MP3
A i70, da Samsung, inclui um tocador de música estéreo. O teclado na tela de LCD permite incluir textos nas fotos.
Preço: 1 199 reais


MAIS PERTINHO
Com o zoom óptico da SP-550UZ, da Olympus, é possível fazer uma foto de corpo inteiro de alguém a 50 metros de distância.
Preço: 2 999 reais


ALTA DEFINIÇÃO
A W200, da Sony, tem conexão para TV de alta definição. Vem com quatro músicas para ser usadas como trilha sonora na exibição das fotos.
Preço: 1 899 reais


TODOS EM FOCO
A Z10, da Fujifilm, coloca em foco o rosto de cada uma das pessoas de um grupo.
Preço: 999 reais

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