Advogado de homem da mala defende PT em ação e já atuou para José Dirceu
O PT diz não ter nada a ver com os bandidos que foram presos com dinheiro na armação contra Serra. Claro, claro. Mas vejam o que informa Rubens Valente na Folha desta segunda: “O advogado criminalista Cristiano Ávila Maronna, que defende um dos presos na sexta-feira pela Polícia Federal sob suspeita de tentar comprar por cerca de R$ 1,7 milhão um dossiê contra o candidato ao governo paulista José Serra (PSDB), representa o diretório estadual do PT em um processo na Justiça Eleitoral. Maronna também acompanhou Vladimir Poleto, ex-assessor da Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) e relacionado ao caso dos dólares de Cuba, em seu depoimento prestado à CPI dos Bingos em novembro. Ele assina a representação movida pelo presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, Paulo Frateschi, contra o secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu, por suposto uso eleitoral de investigações sobre o PCC.Ele também já representou o ex-deputado federal José Dirceu (PT-SP) em um processo eleitoral no ano de 1998 e a deputada federal Angela Guadagnin (PT) em 2002.”
O passarinho de sempre já me havia contado que o petista preso havia acusado um tal “Freud” ou “Froud”. Sabia também que esse era o nome do chefe de segurança de Lula. Claro, coincidências existem, não é? Pode muito bem haver dois petistas chamados “Freud”, donos de empresas de segurança e com intimidade o bastante com a corte para fazer essas pilantragens. Tudo é possível. A questão, agora, é saber se o sistema político acredita ou não.
Lula gosta de se comparar a Getúlio Vargas; Tarso Genro vive acusando golpismo; os intelectuais áulicos adoram falar em lacerdismo. Faltava quem nesta celebração de clichês? Gregório Fortunato — por isso postei ontem uma foto dele aqui —, o chefe da segurança pessoal de Getúlio, em cujas costas caiu a culpa de ter dado a ordem para matar Carlos Lacerda.
Sem querer fazer um trocadilho infeliz, também aquele tiro foi dado no pé. No pé de Lacerda. Mas um outro acertou o major da Aeronáutica Rubem Floretino Vaz, que morreu. Era a madrugada de 5 de agosto de 1954. O episódio ficou conhecido como o “Atentado da Rua Toneleros”. Lacerda era um opositor feroz de Getúlio e promovia uma campanha severa contra ele no jornal Tribuna da Imprensa. No dia 2 de agosto, a manchete da publicação era esta: “Somos um povo honrado governado por ladrões”.
O governo tentou negar o quando pôde o seu envolvimento no caso. Mas um IPM instaurado pela Aeronáutica — a República do Galeão — apontou para a responsabilidade de Gregório Fortunato, que preservou o chefe de qualquer responsabilidade e assumiu sozinho a autoria intelectual do atentado. Se Getúlio tinha ou não culpa no cartório, não deu para saber: ele se matou no dia 24 daquele mês com um tiro no peito e deixou uma carta acusando a existência de... forças golpistas. O ditador que já tinha mando torturar e matar entre 1937 e 1945 se oferecia como cordeiro do povo.
A se confirmar que o tal “Freud” de que fala o petista da mala preta é o mesmo que é assessor especial do presidente da República, estamos diante de uma situação de gravidade, quero crer, inédita desde... Gregório Fortunato! É isso mesmo. Temos eleições dentro de 13 (!) dias. Lula é o franco favorito e investiu fundo numa clivagem que pretende opor o povo sofrido, que ele representaria, às elites insensíveis. Há três dias, não contente em se comparar a Getúlio, evocou o próprio Jesus Cristo como uma referência.
É um momento de assombro e de espanto. Acima do povo e de Lula, estão as instituições democráticas e republicanas. Quem quer que tenha armado essa tramóia praticou um atentado contra a lisura das eleições. A polícia precisa achar esse tal Freud. Vamos ver como Freud se explica.
Enigma revelado: apareceu o Freud. Ou Froude. Ou Frêudi
Acharam que eu tinha mandado na marvada ontem? A Folha teve acesso ao depoimento de Gedimar Pereira Passos, um dos dois petistas presos em São Paulo com a grana para pagar a armação contra Serra. Num determinado trecho da reportagem de Renata Lo Prete, lê-se: “Segundo Valdebran, a negociação dos Vedoin com o PT já havia começado quando ele entrou na história, como uma espécie de facilitador, dada sua ‘credibilidade’ perante a família. Ele disse que não procurou, e sim foi procurado, por ‘pessoas ligadas ao PT’, as quais, à exceção de Gedimar, não são nomeadas no depoimento. Valdebran declarou ter vindo a São Paulo porque na cidade ‘estavam os recursos’ para concluir o negócio. Gedimar não identificou que integrantes da Executiva Nacional o teriam ‘contratado’. Sobre o pagamento propriamente dito, afirmou ter sido feito ‘a mando de uma pessoa de nome Froude ou Freud’, que teria ‘uma empresa de segurança’ no Rio de Janeiro e/ ou em São Paulo.” Entenderam? Freud, Froude e, garanto, vocês podem incluir aí a variante “Frêudi”, ao menos na pronúncia.A República treme 10 - Petista preso acusa "Freud", nome de assessor especial de Lula, que trabalha na sua segurança pessoal
Rá, rá, rá... Durante uma boa parte da noite de ontem, vocês devem ter achado que eu havia entornado uma garrafa de Gold Label, não é? É que, como vocês sabem, não pratico jornalismo investigativo, hehe. Só investigo, como digo sempre, advérbios e derivações impróprias. Fico aqui, recluso, no meu cantinho, só ouvindo o que vêm cantar os passarinhos da manhã. Pronto. O engima “freudiano” já foi desvendado, conforme está na nota anterior e nesta também. Só uma coisa: o “Freud” que aparece aÍ abaixo é chamado no entorno presidencial de “Frêudi”... Por Sônia Filgueiras, Vannildo Mendes e, Ana Paula Scinocca: “O advogado Gedimar Passos deu, em depoimento à Polícia Federal (PF) de São Paulo, o nome da pessoa do PT que teria sido a responsável pela operação de compra do dossiê contra os candidatos do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, e à Presidência, Geraldo Alckmin, e o ex-ministro da Saúde, Barjas Negri, também tucano. Gedimar declarou que foi a mando de um homem chamado 'Froude' ou 'Freud' que recebeu a missão de pagar R$ 1,75 milhão por documentos e informações sobre o suposto envolvimento dos políticos no esquema de venda de ambulâncias superfaturadas. Segundo ele, consta que o mandante da operação seria dono de uma empresa de segurança 'no (eixo) Rio de Janeiro/SP'. Ele também afirmou que não sabe dizer se 'Froude' ou 'Freud' tem influência no PT, mas a polícia já trabalha na identificação do responsável. Há pistas que apontam para Freud Godoy, atual assessor do Gabinete da Presidência e ex-coordenador de segurança das quatro campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. É uma espécie de fiel escudeiro do presidente desde a década de 80. Segundo informações de funcionários do Diretório Nacional do PT de São Paulo, Freud é sócio de uma empresa de segurança que presta serviços ao partido. Ele foi procurado, mas não foi localizado ontem pelo Estado."
Saibam mais sobre o homem: “Com a vitória de Lula, em janeiro de 2003, Freud foi nomeado para um cargo no gabinete pessoal do presidente na função de assessor especial, em 12 de março de 2003. Oficialmente, ele cuida da segurança da primeira-dama, Marisa Letícia, mas já foi visto cumprindo outras tarefas para o Planalto. No final de dezembro de 2002, ele acompanhava Lula em caminhadas na Granja do Torto, dias antes de sua posse. Uma das tarefas do segurança é o controle de manifestações em atos de que Lula participa. Freud consta da relação de 974 militantes do PT com cargos na administração federal que descontam contribuição em folha para o partido. No PT, é tido como discreto e com circulação direta não só junto a Lula, mas também com dirigentes partidários.”.Há 54 anos...
Caros,O passarinho de sempre já me havia contado que o petista preso havia acusado um tal “Freud” ou “Froud”. Sabia também que esse era o nome do chefe de segurança de Lula. Claro, coincidências existem, não é? Pode muito bem haver dois petistas chamados “Freud”, donos de empresas de segurança e com intimidade o bastante com a corte para fazer essas pilantragens. Tudo é possível. A questão, agora, é saber se o sistema político acredita ou não.
Lula gosta de se comparar a Getúlio Vargas; Tarso Genro vive acusando golpismo; os intelectuais áulicos adoram falar em lacerdismo. Faltava quem nesta celebração de clichês? Gregório Fortunato — por isso postei ontem uma foto dele aqui —, o chefe da segurança pessoal de Getúlio, em cujas costas caiu a culpa de ter dado a ordem para matar Carlos Lacerda.
Sem querer fazer um trocadilho infeliz, também aquele tiro foi dado no pé. No pé de Lacerda. Mas um outro acertou o major da Aeronáutica Rubem Floretino Vaz, que morreu. Era a madrugada de 5 de agosto de 1954. O episódio ficou conhecido como o “Atentado da Rua Toneleros”. Lacerda era um opositor feroz de Getúlio e promovia uma campanha severa contra ele no jornal Tribuna da Imprensa. No dia 2 de agosto, a manchete da publicação era esta: “Somos um povo honrado governado por ladrões”.
O governo tentou negar o quando pôde o seu envolvimento no caso. Mas um IPM instaurado pela Aeronáutica — a República do Galeão — apontou para a responsabilidade de Gregório Fortunato, que preservou o chefe de qualquer responsabilidade e assumiu sozinho a autoria intelectual do atentado. Se Getúlio tinha ou não culpa no cartório, não deu para saber: ele se matou no dia 24 daquele mês com um tiro no peito e deixou uma carta acusando a existência de... forças golpistas. O ditador que já tinha mando torturar e matar entre 1937 e 1945 se oferecia como cordeiro do povo.
A se confirmar que o tal “Freud” de que fala o petista da mala preta é o mesmo que é assessor especial do presidente da República, estamos diante de uma situação de gravidade, quero crer, inédita desde... Gregório Fortunato! É isso mesmo. Temos eleições dentro de 13 (!) dias. Lula é o franco favorito e investiu fundo numa clivagem que pretende opor o povo sofrido, que ele representaria, às elites insensíveis. Há três dias, não contente em se comparar a Getúlio, evocou o próprio Jesus Cristo como uma referência.
É um momento de assombro e de espanto. Acima do povo e de Lula, estão as instituições democráticas e republicanas. Quem quer que tenha armado essa tramóia praticou um atentado contra a lisura das eleições. A polícia precisa achar esse tal Freud. Vamos ver como Freud se explica.