Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, setembro 27, 2006

Todos os meninos do presidente Guilherme Fiuza

Política & Cia.

Esses meninos aloprados que compram dossiês em nome do PT insistem em flutuar na órbita do presidente Lula. Ele não sabe mais o que fazer. Como uma mãe zelosa e ultrajada, repreende os meninos, mas não lhes nega colo.

Berzoini, esse danadinho, foi quem contratou os operadores do dossiê Vedoin – apontou Lula, com o dedo-duro em direção ao presidente do PT, declarando ao mesmo tempo que Berzoini não tem culpa. Não tem culpa, mas foi afastado da coordenação da campanha. Foi afastado, mas continua à frente do partido. Uma palmadinha, um afago, e a vida segue.

A virtude já foi assaltada por várias formas de vilania, mas nunca antes na história deste país a ética tinha sido vítima da distração.

Esse menino do Banco do Brasil, por exemplo, Expedito Veloso. Fazia uma carreira ordinária até a chegada de Lula ao poder. Aí, virou diretor. Como diretor do centenário Banco do Brasil, se meteu em atividades de espionagem política que estão sob investigação.

Mas o que se sabe concretamente é que o menino Expedito se licenciou para fazer campanha eleitoral para o presidente da República, o que já deixaria a mulher de César com a saia meio justa. A saia rasgou e deixou-a nua quando o diretor do Banco do Brasil – recebendo a remuneração do Estado – foi operar a compra de um arsenal forjado contra candidatos da oposição.

O menino Expedito, que envergonha o Estado brasileiro e joga no lixo a idéia de espírito público, cresceu com Lula. Faz parte do bloco dos aloprados que o presidente faz questão, agora, de olhar de longe – mas que floresceram no seu quintal.

Assim como Bargas, outro negociador do dossiê, pendurado no Ministério do Trabalho e com a mulher empregada por Lula. Assim como Lorenzetti, churrasqueiro do presidente e encarregado, entre outras coisas, das despesas deixadas pela ONG da filha de Lula.

Gedimar, o homem pego com a mão na m… ao lado de Valdebran (observação irresistível: os nomes são tão perfeitos, que parecem ficção. Só perdem para o insuperável Jacinto Lamas, do PL, tesoureiro do mensalão, que está solto por aí). Retomando: Gedimar, o homem de 1,7 milhão de reais, não era um forasteiro no PT. Era da copa e cozinha de Lula, seu escudeiro de campanha.

Freud, o dublê de assessor da Presidência e prestador de serviços de segurança para o PT (outra observação irresistível: o PT socialista de Lula fez a privatização mais agressiva do Estado nacional na história deste país), enfim, Freud, que pagava despesas pessoais de Lula e é agora acusado no caso do dossiê, tem um histórico de ligação com Marcos Valério (alguém se lembra dele?), também em fase de apuração.

Terá o dinheiro sujo do valerioduto pago contas pessoais de Lula? Okamoto morreria de ciúmes, mas investigar é preciso.

Esses meninos de Lula são os da segunda ninhada. Os da primeira, a do mensalão, são Dirceu, Delúbio, Silvinho, Gushiken, Pizzolato e outros, caracterizados como organização criminosa pelo procurador-geral da República. O mais impressionante é que essa meninada toda foi gestada, parida e criada por Luiz Inácio da Silva, o mesmo que aparece agora como vítima desse bando de aloprados.

Só uma opinião pública em estado de semi-paralisia mental pode continuar perguntando por aí se Lula sabia. Sabia de que? Que responsabilidade é essa que ainda se quer descobrir no presidente?

Todos os homens que Lula escolheu para governar o país com ele – nessa peculiar mistura entre partido e governo que inaugurou na República –, repetindo, todos os homens da confiança de Lula caíram com as mãos sujas.

O que falta para o Brasil desconfiar de Lula? Convidar Marcola para ministro da Justiça?

Vamos escalar o time:
1. Bargas
2. Gedimar
3. Expedito
4. Lorenzetti
5. Freud
6. Berzoini
7. Delúbio
8. Pizzolato
9. Gushiken
10. Dirceu
11. Silvinho

Esses são só os titulares. No elenco das mãos sujas, há ainda os reservas e a comissão técnica. São os meninos do presidente. Nunca na história deste país se viu uma prole tão homogênea, e um pai tão distraído.

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