Vendas das 500 maiores empresas do
país alcançam a cifra de 1 trilhão de dólares
Daniela Toviansky |
Belini, da Fiat, ao lado de Civita, presidente da Abril: premiado pela revista Exame |
O ano de 2007 coroou a fase dourada da economia brasileira. Os números não deixam dúvida, como mostra a 35ª edição de Melhores e Maiores da revista Exame, que, assim como VEJA, é publicada pela Editora Abril. As vendas totais das 500 maiores empresas do país atingiram o valor de 1 trilhão de dólares, num crescimento real de 7,5% em relação a 2006. Esses resultados positivos se transformaram em empregos (400 000 vagas foram abertas por essas companhias em um único ano) e também em mais impostos (em conjunto, elas recolheram o equivalente a 145 bilhões de dólares em tributos, ou 4 em cada 10 reais arrecadados pelo governo federal). Nem mesmo a crise financeira internacional foi suficiente para afetar os números positivos do setor privado nacional. Entre outros motivos, isso ocorreu porque o crescimento do país tem sido puxado agora pela atividade interna. O setor que talvez resuma melhor o momento positivo é o automobilístico. Catapultados pela estabilidade econômica, que deslanchou o crédito e aumentou o poder de compra dos trabalhadores, os fabricantes de veículos vivem os melhores dias de sua história no país. Em 2007, 3 milhões de carros foram produzidos no Brasil. Foi desse setor que saiu a empresa escolhida como a melhor do ano, a Fiat. A companhia fechou 2007 como a maior montadora do país, com uma fatia de 26% do mercado.
A premiação ocorreu na noite da segunda-feira 7, em São Paulo. Durante a cerimônia, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, manifestou o compromisso de preservar a estabilidade econômica. "Quero deixar claro que não titubearemos em tomar todas as providências necessárias para garantir o controle da inflação", discursou o ministro. O presidente da Editora Abril, Roberto Civita, afirmou que o setor privado tem motivos de sobra para celebrar, mas lembrou que não se podem deixar de lado as mazelas que ainda tolhem a competitividade: "Não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar a oportunidade que esta fase de bonança econômica nos oferece. Se não aproveitarmos para acelerar as demais mudanças fundamentais agora, quando teremos outra chance melhor?". O presidente da Fiat, Cledorvino Belini, também destacou a necessidade de aprofundar os avanços: "Mais do que a estabilidade econômica, precisamos assegurar as reformas estruturais ainda pendentes na modernização do estado brasileiro, bem como o rigoroso controle das contas públicas, o investimento na diminuição dos gargalos de infra-estrutura e na prevenção dos males futuros". Civita lembrou ainda que os avanços necessários não se restringem à esfera econômica: "Precisamos passar a ser impiedosos com a corrupção, combatendo sem trégua a praga da impunidade que tanto contribui para alimentá-la".