O Estado de S. Paulo |
16/7/2008 |
A partir dos anos 60, o agrônomo americano Norman Borlaug se dedicou a pesquisas de variedades de grãos de alto rendimento com base em manipulações genéticas. Desenvolveu sementes de trigo e obteve o Sonora-63, resistente à seca e a pragas. Foi atrás também de novas variedades altamente produtivas de milho híbrido e de arroz, as mesmas que garantiram decisivas vitórias contra a fome no Paquistão e na Índia. Em 1970, ganhou o Prêmio Nobel da Paz por ter conduzido o processo globalmente conhecido como Revolução Verde. Mas há quem não o considere um herói. Os ambientalistas, por exemplo, não param de desclassificar seu trabalho. Para eles, Borlaug é um perigoso incentivador de monoculturas. Questionam a sustentabilidade de seus projetos, que usam fertilizantes e insumos agrícolas em grande escala. Também o criticam por ser um dos pioneiros da modificação genética que desembocou nos produtos transgênicos (que consideram “obra de Frankenstein”), que criariam novas dependências como as multinacionais patenteadoras de sementes e de marcas de defensivos, a exemplo do Roundup, da Monsanto. Não gostam de Borlaug ainda os defensores de métodos tradicionais de cultivo agrícola, os mesmos que se contrapõem a quaisquer manifestações modernas do agronegócio. No entanto, problemas novos prometem revitalização dos métodos e resultados do agrônomo Nobel da Paz. A partir do momento em que o consumidor dos países emergentes, especialmente os asiáticos, passou a se alimentar melhor, o mundo começou a enfrentar escassez de alimentos, cuja manifestação mais importante é a atual escalada de preços das commodities agrícolas. À medida que o problema se aprofunda, aumentam as manifestações de dirigentes políticos e de cientistas favoráveis à ampliação das pesquisas com os geneticamente modificados (GM), cujo objetivo é superar mais rapidamente a atual escassez. É a partir da obtenção de variedades resistentes ao clima, às pragas e aos solos adversos que a escassez pode ser superada. A reunião de cúpula do Grupo dos Oito (G-8, sete países mais ricos e a Rússia), realizada no Japão há dez dias, recomendou “acelerar a pesquisa e o desenvolvimento e o aumento do acesso a novas tecnologias para apoiar a produção agrícola”. E continuou: “Apoiaremos análises de risco elaboradas com critério científico que incluam a contribuição de sementes de variedades desenvolvidas por meio da biotecnologia.” Pode-se argumentar que é preciso cuidado no desenvolvimento de produtos transgênicos e que não se pode queimar etapas antes de se ter certeza de que essas variedades não produzirão estragos na saúde e na natureza. Nada a obstar, em princípio, à exigência. O problema é que um grande número de produtos transgênicos já é consumido há anos sem que tenha causado dano à saúde humana ou ao meio ambiente. E ambientalistas radicais continuam a insistir em que é preciso bani-los ou submetê-los a um regime de precaução, sem prazo para terminar. Em tempos de abundância talvez isso fosse o ideal. Agora, no entanto, é preciso escolher entre prover alimentação para a população ou exigir excelências imediatas nas condições ambientais. Confira
Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, que sempre criticou o BC, é o autor da afirmação acima, assim completada: “Não podemos cair de pau sobre o BC. Talvez o momento de baixar essa taxa vergonhosa de juros não seja agora.” Ainda falta a revisão de posição de outro crítico renitente. Trata-se do vice-presidente da República, José Alencar. |
Entrevista:O Estado inteligente
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quarta-feira, julho 16, 2008
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