Entrevista:O Estado inteligente
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sábado, maio 13, 2006
Miriam Leitão Candidato pálido
O GLOBO
Nos dois meses em que é candidato indicado do PSDB, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin não conseguiu deslanchar, convencer eleitores, nem mesmo demonstra ter unido o partido. Ele tem falado que o patamar em que está é excelente para começar. De fato é, mas tudo depende da tendência, e o que se vê em todas as pesquisas é que a tendência favorece amplamente a reeleição do presidente Lula.
A campanha oficialmente não começou. Alguns líderes do PSDB insistem que, quando começar o horário eleitoral, tudo pode mudar, pois haverá uma exposição mais igualitária do que a atual, que é desequilibrada pelo uso abusivo que o presidente da República faz das vantagens que a presidência lhe dá.
Tudo é verdade, mas o fato é que o candidato da oposição não demonstrou até agora senso de oportunidade para ocupar espaços no debate da conjuntura. Na semana passada, foi, talvez, o último a dizer o que pensava sobre os erros cometidos pelo governo na crise da Bolívia. Sua atitude pálida faz com que concretamente não se saiba o que pensa o candidato do PSDB sobre os problemas que atingem o Brasil. Ele continua se oferecendo como um bom gerente, evitando fazer o contraponto e entrar em debates mais acirrados. Mas esta campanha já está polarizada e será, pela natureza das reeleições e pelas características da personalidade do presidente, uma disputa entre Lula e o anti-Lula. Se houver anti-Lula.
O diagnóstico de que o país está cansado da crise política é verdadeiro em termos; ele continua acompanhando com interesse as revelações e o debate sobre corrupção. É inevitável que o tema da corrupção e as inúmeras hesitações do presidente Lula para explicar sua participação em todo o escândalo sejam objeto de análise, debate, avaliação e proposta. A campanha não vai se resumir a isso, mas esse tema não pode ser contornado.
Em outras áreas, todos os candidatos terão que mostrar que sabem lidar com os problemas de forma mais eficiente. Portanto, os assuntos de Estado já estão em pauta. Não faz sentido que, num dos momentos mais controversos da política externa, o candidato demore tanto para não fazer diferença alguma.
Enquanto o ex-governador Geraldo Alckmin perde gols feitos, o PT usa na sua campanha todos os bons dados, seja mérito de que governo for. Nos comerciais pequenos que o PT levou ao ar nos últimos dias, há várias destas espertezas: o PT atribui ao governo atual o mérito do PETI, programa contra o trabalho infantil, que é do governo passado. Ele se atribui a auto-suficiência do petróleo que, além de ter sido obra de cinco décadas, foi atingida quando entrou em operação a P-50, plataforma contratada no governo passado. O PT usou até uma entrevista do ex-diretor do Banco Mundial no Brasil Vinod Thomas, que, ao falar que "o Brasil está quase lá", refere-se a avanços conseguidos pela ação de vários governos. O Bolsa Família saiu da costela do Bolsa Escola. Nem esta propaganda teve uma resposta contundente por parte dos tucanos. Alckmin não tem tido a objetividade para firmar uma imagem, o PSDB não parece ter acolhido e fortalecido seu candidato. Prisioneiros da indecisão, os tucanos estão levando sua característica ao paroxismo: parecem indecisos após a decisão.
As eleições no Brasil têm uma volatilidade que surpreende os especialistas. As poucas eleições presidenciais mostram que o eleitorado pode mudar de opinião rapidamente e o eleitor decisivo é o que não tem compromisso a priori com qualquer partido. Os militantes e simpatizantes do PT sempre deram uma boa votação a Lula, mas nunca foram suficientes para elegê-lo. Ele chegou lá quando teve o apoio do eleitorado flutuante, que pode estar nesta eleição com ele ou com qualquer outro.
Portanto, nenhuma eleição está decidida. O quadro pode mudar, mas, para isso, precisa-se de fatos novos ou de um candidato da oposição que tenha êxito no processo de convencimento. Se quiser convencer o eleitor, Alckmin tem que se esforçar mais do que nesta pré-campanha.
Não é impossível. O quadro era amplamente favorável a Lula em 1994 entre abril e maio, e Fernando Henrique ganhou no primeiro turno. Mas aquela foi uma eleição diferente, por causa do Plano Real. Na eleição de 1998, o presidente Fernando Henrique, com a vantagem de estar no cargo, teve uma queda nas pesquisas em abril e maio, ficando em empate técnico com Lula. Depois, a crise econômica se agravou, o Brasil passou a freqüentar todas as listas de bola da vez naquela sucessão assustadora de débâcles financeiras. Tudo indicando que se confirmavam as críticas da oposição à política cambial. O presidente-candidato fez um discurso propondo aumento de impostos e cortes de gastos para enfrentar a crise. E ainda assim ganhou no primeiro turno. O eleitor brasileiro sempre se reservou o direito de mudar de idéia, até na última hora, mas, no quadro atual, o presidente Lula tem uma larga avenida de vantagem em todas as regiões do país. Não é um conflito Nordeste contra Sudeste. Lula ganha no Sudeste também.
O que é realmente relevante é saber, depois da eleição, como será formada a coalizão de governo. O PT deve sair da eleição com bancada menor. E, como aprendemos duramente no atual governo, não há atalho para a construção de alianças que não seja a negociação liderada com habilidade pelo próprio presidente. Se ganhar, Lula terá que se aplicar mais nesse ponto do que neste primeiro — e politicamente desastrado — mandato.
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