"Quem não sabia, está começando a saber: de picolé de chuchu Geraldo Alckmin não tem nada. O homem é um trator.
Preferido da bancada tucana no Congresso, Alckmin toma café da manhã hoje com a bancada da Assembléia Legislativa de São Paulo. Deve receber o apoio dos deputados estaduais.
Ainda não se sabe o que pensam todos os governadores e prefeitos do PSDB, mas pouco a pouco Alckmin vai conquistando apoios dentro do partido.
Várias lideranças tucanas não estão escondendo seu desconforto com a forma desastrada como está sendo conduzida a escolha do candidato do PSDB à presidência da República.
Vamos falar claro: quando Lula era um candidato imbatível e sua reeleição era considerada favas contadas, Geraldo Alckmin era o candidato natural do PSDB. Candidato a ser derrotado, evidentemente.
Alckmin não pode mais se candidatar ao governo estadual. Restam-lhe poucas alternativas: para o Senado só há uma vaga em disputa, e até pouco tempo esta vaga era cativa do senador Eduardo Suplicy. Depois do terremoto que desabou sobre o PT paulista, ninguém tem certeza de mais nada.
Outra possibilidade era Alckmin candidatar-se a deputado federal, como puxador de votos para a legenda. Finalmente, restava-se a fatalidade de enfrentar Lula e ser derrotado.
Mas Lula começou a perder terreno, e sua reeleição passou a não ser mais tão certa assim. Foi então que surgiram vários candidatos entre os tucanos. Serra, Aécio Neves, Tasso Jereissati e até Fernando Henrique.
Ou seja, Alckmin era bom para perder, mas não para ganhar. Pois o governador se cansou dessa conversa. Apresenta-se com todos os seus dados positivos: é a principal novidade dessa campanha; tem seu nome vinculado a um dos políticos mais importantes do país, que foi Mário Covas; tem larga experiência política e administrativa no maior estado brasileiro; é dos governadores mais bem avaliados do país, e não tem que prestar contas sobre o governo Fernando Henrique.
Alckmin considera que o jogo só vai ser mesmo pra valer quando começar a campanha no rádio e na TV. E quem já o viu nas campanhas paulistas, sabe que o homem é um perigo.
Não é à toa que Geraldo Alckmin é o único candidato que assusta os estrategistas da campanha de Lula. Exatamente porque é o novo, o desconhecido. Serra e Garotinho são mais do mesmo, uma repetição de 2002. E Lula está convencido de que derrota os dois.
E a cúpula do PSDB? Ah, esta continua a se reunir em ambientes fechados, a cometer indelicadezas, a tentar decidir sem ouvir o partido. Depois, não reclame."