Entrevista:O Estado inteligente

domingo, junho 05, 2005

VALDO CRUZ:Sinal de alerta

BRASÍLIA - Acuado por uma safra de notícias ruins -de crise política a desaceleração econômica-, Lula age como se estivesse em outro país. Promete surpresas econômicas e resiste a pressões para mudar sua equipe.
Deveria perder um pouco de seu tempo neste domingo e ler os resultados da pesquisa Datafolha. Talvez desperte para a realidade à sua volta a tempo de promover correções de rumo em seu governo.
Os dados não são nada bons. Não bastasse a queda de dez pontos na aprovação de seu governo, alguns números sinalizam que a campanha da reeleição não será tão fácil como imaginavam os petistas.
Cresceu, por exemplo, a desaprovação ao desempenho de Lula nas áreas econômica e social. Dois setores vitais para convencer o eleitorado a dar mais quatro anos ao presidente.
Outro dado péssimo para o petista: os brasileiros consideram os trabalhadores, logo eles, os mais prejudicados pelo governo do ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva.
Quer mais um. A maioria dos brasileiros acha que Lula abandonou a maior parte de suas idéias, aquelas que convenceram boa parte do eleitorado a escolhê-lo presidente.
Não por acaso, Lula hoje seria obrigado a enfrentar um segundo turno na eleição com quase todos os tucanos presidenciáveis. Até há pouco tempo, apenas Serra o ameaçava.
Claro que esse é um retrato do momento. Lula pode reagir. E precisa, se sonha com mais quatro anos. Afinal, não poderá usar o discurso de FHC no ano de sua reeleição.
Em 1998, o país estava mal das pernas. Mesmo assim, o tucano se reelegeu brandindo o discurso da segurança. Ele era o confiável. Lula colocaria fogo no país.
Descobriu-se, quatro anos depois, que o petista não era o diabo pintado por FHC. Revelou-se um cordeirinho. Só que Lula não tem como tachar os tucanos de incendiários. Só tem uma saída: sair do imobilismo e fazer o país crescer, e muito.
folha de s paulo

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