Pode ser até que, ao final, PSDB e PFL caminhem juntos na sucessão presidencial com um candidato único. Mas, por enquanto, ao contrário do que os tucanos apregoam, se depender do candidato oficial do PFL, o prefeito do Rio, Cesar Maia, as chances de isto acontecer são nulas. Ele desfia uma série de mágoas com relação aos tucanos, e garante que o que Lula mais quer é disputar diretamente com um candidato do PSDB: "Aí sim, será franco favorito, pois a memória do segundo governo do FHC é muito ruim".
Maníaco por análises de pesquisas eleitorais, o resultado que o coloca entre 7% e 8% nas intenções de voto não o desanima porque acredita que, neste momento, "as intenções de votos ainda não têm, para o eleitor, o sentido do seu dia-a-dia, precisam ser bem cruzadas para significarem alguma coisa". Para Cesar Maia, as perguntas mais importantes das pesquisas "são as que tratam de avaliações que os eleitores fazem daquilo que podem julgar, pois se trata de seu cotidiano".
Ele avalia que sua candidatura "emplacará se se tornar competitiva", mas explica que não se mede essa condição por porcentagens "mas pela capacidade de crescimento", tecnicamente chamada de "taxa de contaminação". "Se isso não acontecer, fico quietinho aqui", garante Cesar Maia, sinalizando que não pretende concorrer ao governo do estado.
Segundo ele, a corrida presidencial em situação de reeleição, num regime presidencialista "é uma luta do governo contra ele mesmo". Analisando os últimos números das pesquisas, ele vê a situação de Lula aproximando-se de "um quadro crítico".
Entre dezembro de 2004 e maio de 2005, os indicadores de apoio vêm piorando em todos os setores. Política econômica: 41% eram a favor e 35% contra; agora é de 38% a favor e 45% contra. Área social: 43% x 34% para 41% x 43%. Política: 36% x 36% para 36% x 47%. Ações do governo federal: 40% x 36% para 39% x 45%. Corrupção no governo Lula: aumentou para 31%, diminuiu para 17%. Renda nos últimos seis meses: aumentou para 13%. Diminuiu para 31%. Saúde nos últimos seis meses: melhorou para 20% e piorou para 48%. Educação nos últimos seis meses: melhorou para 31% e piorou para 32%, índice pela primeira vez negativo na série. Pobreza nos últimos seis meses: melhorou para 9%, e piorou para 65%.Violência nos últimos seis meses: melhorou para 4% e piorou para 83%.
Cesar Maia diz que se Lula se aproximar dos 50% de aprovação — hoje ele está com índice de 57%, tendo fechado 2004 com 65% — e/ou passar dos 20% do ruim/péssimo — hoje já está com índice de 19% — "estará prontinho para perder a eleição, e deixa de ser favorito num segundo turno". Mas acha que o adversário para bater Lula não sairá do PSDB: "2005 e 2006 serão anos medíocres na economia, mas o segundo mandato de FHC foi muito pior. A memória está viva nas pesquisas", diz ele.
Pela sua análise, depois de ter sido duas vezes presidente, só Fernando Henrique é efetivamente testado nestas pesquisas contra Lula. E com resultados ruins: "No mano a mano com Lula, pela pesquisa Sensus, FHC obteve 22,9% em abril e 20,9% em maio. Lula caiu de 56,8% para 52,8% e FHC veio junto, mostrando muita fragilidade. É muito pouco para um ex-presidente duas vezes".
Cesar Maia garante que tem pesquisas que mostram que o ex-presidente Fernando Henrique "contamina o Alckmin, Serra e Aécio, quando se cola quaisquer dos três a ele". Nessas pesquisas, à pergunta "Você votaria num candidato do FHC?" a resposta negativa, segundo ele, "tem um índice muito alto, chega às vezes a mais de 60%".
Ele acusa o PSDB de ter se beneficiado do que chama de "operação delenda Cesar Maia", a intervenção federal na saúde do Rio. Cesar Maia não deixou escapar que no programa de TV regional do Rio, "o PSDB trouxe seus três candidatos para tratarem do tema da saúde aqui, esquecendo que o secretário é do PSDB", diz ele, referindo-se ao deputado federal Ronaldo Cezar Coelho, seu secretário municipal de Saúde.
Ele também discorda da avaliação generalizada de que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi o que teve avaliação mais positiva na pesquisa Sensus por ter sido considerado o melhor governador por 18,4% dos entrevistados, seguido de Aécio Neves com 16,6% e Rosinha com 13%. Como o Sudeste responde por 44,2% do eleitorado brasileiro, e considerando que na pesquisa Sensus não foram feitas entrevistas no Espírito Santo, Cesar Maia chega aos seguintes "pesos eleitorais" dos estados do Sudeste: São Paulo, 23,1%; Minas, 11,2%; Rio, 9,5%.
Por isso, afirma que, ao contrário, o governador de São Paulo "foi o pior avaliado" pois obteve um percentual de aprovação inferior ao peso de São Paulo, "ou seja, só ficou na frente porque o número de eleitores de São Paulo é muitíssimo maior do que os do Rio e Minas".
Cesar Maia destaca que na própria pesquisa encomendada pelo PSDB, "quando retirado o Estado de São Paulo, Alckmin vem para quarto lugar, cabeça a cabeça com a Heloísa Helena". Ele acha, por sinal, que a senadora Heloísa Helena, fundadora do P-SOL, "entrou na classe média". Calcula que se ela tiver um pouco de exposição na televisão, "vai certamente para uns 10%. E se adotar um modo de vestir Hillary ( referindo-se à ex-primeira-dama dos Estados Unidos, senadora Hillary Clinton), vai crescer mais ainda".
O prefeito do Rio diz que as análises do PSDB, que apontam sua candidatura como estagnada, não levam em conta "que em São Paulo eles entram com um nome só, e aqui no Estado do Rio Garotinho e eu dividimos os demais votos". Ele diz que uma pesquisa com dois mil eleitores realizada no Estado do Rio entre 21 e 24 de maio, deu a Lula 27,7% das intenções de voto, "muito menos que em São Paulo".
o globo
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