Entrevista:O Estado inteligente

sábado, junho 11, 2005

mais da entrevista Roberto Jeferson `Folha -Blog Noblat


Retirar a assinatura da CPI "foi meu grande erro"

Da entrevista dee Jefferson à Folha:
* "Num primeiro momento (depois da Veja ter denunciado o escândalo dos Correios e de ele, Jefferson, ter se defendido em discurso na Câmara e assinado o pedido de criação da CPI) José Dirceu ficou muito hostil comigo. Na véspera, houve uma reunião da Executiva do PTB para que todos assinassem a CPI e devolvéssemos os cargos ao governo. À noite, ministros tentaram vir à minha casa: Ciro Gomes (Integração Nacional), Paulo Bernardo (Planejamento), José Dirceu e Aldo Rebelo (Coordenação Política) para me demover de assinar a CPI. Eu disse: Não vou recebê-los. Isso tudo foi tramado pelo governo. Vamos para a CPI, a maneira mais clara de limpar a honra do PTB.
No dia seguinte eu estava tomando banho, toca o interfone, a empregada aqui de casa, a Elsa, manda subir os ministros Aldo Rebelo e José Dirceu. Quando eu saio do banho estão os dois sentados na sala da minha casa. Eu coloquei ao Zé Dirceu tudo o que eu já disse à Folha na entrevista da semana passada. Nesse interim sobe um boletim da Polícia Federal trazido pelo advogado do PTB dizendo que Maurício Marinho (ex-diretor dos Correios filmado recebendo dinheiro) descredenciara a fita.
(...)
Sobre o que disse aos dois ministros na ocasião: "O que importa é a minha honra. A Veja está fazendo um verdadeiro linchamento." Zé Dirceu respondeu: "Roberto, na Veja eu não tenho nenhuma ação porque a Veja é tucana." Eu falei: Mas O Globo e a Globo estão repetindo o linchamento. Aí ele falou: "No Globo, eu falo por cima. Dá para segurar". Eu falei: Se é assim, eu não tenho nenhum problema em retirar a assinatura da CPI.
Foi meu grande erro.
enviada por Ricardo Noblat



11/06/2005 19:40

"Isso, quero deixar claro aqui, é a cabeça do PT"

Da entrevista de Jefferson à Folha:
* (Sobre o silêncio do ministro José Dirceu em relação à entrevista anterior de Jefferson à Folha): "Eu vejo que ele está esperando prá ver como eu vou me colocar para ele se manifestar. Eu posso apostar que ele vai falar após esta entrevista. Eu duvido, duvido que ele negue o que eu estou dizendo."
* Sobre a concordância dele (Jefferson) com o discurso do governo de que o problema do mensalão é do PT: "Eu acho que está certo, mas tem gente do governo metida. O ministro Aldo Rebelo, quando líder do governo na Câmara, já sabia. Ele foi informado por mim sobre o mensalão. É um homem digno, tentou resolver. Quando ele fala "o governo", está se referindo ao presidente Lula. Esse não sabia, nitidamente. E não é o PT, não são os senadores e deputados do PT. Isso, quero deixar claro aqui, é a cabeça do PT - Genoino, Delúbio, Silvinho e José Dirceu.
* Esse negócio de exército mercenário, mensalão, começou agora com o Genoino, o Delúbio e o José Dirceu. Ele se torna efetivo em agosto de 2003. Porque havia uma grande insatisfação: não se repartia poder, não se nomeava ninguém para cargo algum. E eles começaram a compensar a ausência da transferência do poder. O PT entendia na sua cúpula que era muito mais barato alugar um deputado do que discutir com um partido um projeto de governo.
enviada por Ricardo Noblat



11/06/2005 19:31

"Depois ele se levantou, me deu um abraço e eu saí".

Da entrevista de Jefferson à Folha:
* O presidente, quando ouviu o relato (sobre o mensalão), foi como se alguém dissesse: "Olha ali a tua mulher com outro homem". Aquela reação de surpresa, de mágoa, as lágrimas brotaram. Ele me pediu que explicasse como funcionava o mensalão. Eu disse. Depois ele se levantou, me deu um abraço e eu saí. E o que eu sei, até pela vivência da Casa (Câmara dos Deputados), é que essas coisas não se escondem. É que houve uma atitude forte porque o mensalão secou. E nós estamos assistindo a uma crise de abstinência. O corpo mole (dos deputados) é porque está faltando aquilo que o Delúbio sempre transferiu a líderes e presidentes da base (aliada): o dinheiro para pagar o exército mercenário das bancadas de aluguel.
enviada por Ricardo Noblat

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