Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, junho 14, 2005

Lucia Hippolito: Governo anda em círculos

BLOG Ricardo Noblat
"Em momentos de crise, alguns políticos crescem. Apresentam propostas de solução, procuram saídas administradas para a crise, tentam romper o círculo de ferro da falta de ação com propostas positivas, tranqüilizam seus comandados. Em suma, em momentos de crise, alguns políticos se transformam em verdadeiros líderes.
Este não parece ser o perfil do presidente Lula. Mais uma vez, Lula está demonstrando que não é um bom líder para momentos de crise. Ao contrário.
Diante de um conflito, de uma situação inesperada, enfim, diante de um problema mais sério, Lula não lidera. Toma atitudes desencontradas, demora para decidir, emite sinais contraditórios para os seus liderados e para o país, espera que a crise se resolva sozinha, como por milagre. Lula não identifica qual é o seu papel na solução da crise.
Assim foi no episódio que quase resulta na expulsão de um jornalista estrangeiro, assim foi nas reformas ministeriais mais ou menos fracassadas, assim foi nas negociações que resultaram na perda de poder na Câmara dos Deputados, tais e tantos foram os sinais desencontrados que o presidente emitiu nessas ocasiões.
E assim tem sido desde que explodiu o último escândalo envolvendo o PT e o governo federal. Depois de alguns dias de completa paralisia, o presidente Lula fez um bom discurso. E só. De lá para cá, não consegue articular uma saída, não consegue organizar a defesa do governo, não consegue rearrumar suas próprias tropas.
E esta postura de Lula se reflete no seu governo e no seu partido. Nem o governo federal nem o PT conseguiram se organizar para ter um discurso afinado, com todo mundo falando na mesma direção. É um tal de um ministro ser desmentido pelo outro, de um senador ser desmentido por um deputado, e tudo culminando naquela patética entrevista do tesoureiro do PT tentando explicar o inexplicável.
Há duas semanas que a iniciativa está nas mãos do deputado Roberto Jefferson. Lula, seu governo e o PT andam em círculos, mas não conseguem articular uma estratégia para sair da crise.
Desqualificar o deputado acusador dizendo que ele não tem provas é pouco, muito pouco diante da avalanche de detalhes que recheiam as entrevistas de Roberto Jefferson.
E o governo perde tempo. Deixa o campo livre para o adversário, porque tanto o governo quanto o PT estão ocupadíssimos, brigando entre si.
A partir de hoje, espera-se que o governo acorde e monte uma reação. Senão, vamos mal. E eles também."

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