Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, junho 01, 2005

FERNANDO RODRIGUES:Queda lenta e constante

BRASÍLIA - A popularidade do governo Lula recua lentamente desde dezembro. A aprovação era de 44,5% no final do ano passado. Hoje, está em 39,8%, diz a pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem.
A comparação a ser feita é com o governo anterior. No seu primeiro mandato, num levantamento com a mesma metodologia do CNT/Sensus, a administração de FHC teve 42% de aprovação em março de 1997. Em setembro do mesmo ano, havia recuado para 36%.
O percentual de maio de 1997 (quando o tucano tinha dois anos e cinco meses de Palácio do Planalto) não está disponível. Mas é correto inferir que o patamar de "bom" e "ótimo" de FHC regulava com o obtido agora pelo seu sucessor petista.
Hoje há mais informação à mão. Por exemplo, a maioria dos eleitores considera inadequada a condução da economia, o ritmo do desenvolvimento, a atuação política e ações em geral do governo Lula.
Os eleitores continuam a gostar mais de Lula do que de seu governo. A imagem pessoal do presidente (aprovação de 57,4%) é melhor do que a da sua administração (39,8%).
Como se não bastassem os sinais amarelos da pesquisa CNT/Sensus, ontem saiu o crescimento do PIB no primeiro trimestre: só 0,3% sobre o período anterior. Pior: o número de 2004 foi de 4,9%, e não os 5,2% anunciados anteriormente.
Essa enxurrada de dados desagradáveis deve ser levada em conta para o que mais importa na política: as chances de Lula se reeleger em 2006. Hoje ele ainda é o favorito. Em outubro do ano que vem, não se sabe.
Em 1998, FHC se reelegeu com o discurso do medo. Era "ou eu ou o caos na economia". O PSDB avalia ser inviável Lula usar esse argumento. Petistas e tucanos hoje pensam da mesma forma nessa área. Prometer esperança e moralidade também não deve colar com facilidade. Na falta de opção, Lula se agarra aos Robertos Jeffersons e aos PTBs da vida. Não deixa de ser uma escolha.
folha de s paulo

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