Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, junho 08, 2005

FERNANDO RODRIGUES:Inépcia e informalidade

FOLHA DE S.PAULO
 BRASÍLIA - São para lá de insuficientes as respostas dadas pelo governo até agora para as acusações feitas por Roberto Jefferson sobre a existência de um "mensalão" pago pelo PT a deputados no Congresso.
O Palácio do Planalto quer nos fazer acreditar que a administração Lula vive num misto de inépcia e informalidade, porém honesta. Nada menos do que seis ministros de Estado foram, segundo Jefferson, alertados da ação criminosa. O presidente da República teria sido informado, como o próprio admite. Um governador de Estado também veio a público para dizer que fez a mesma observação sobre o "mensalão".
E qual foi a resposta do governo? Pediu a um de seus líderes no Congresso que verificasse o caso. Concluiu que nada havia a ser apurado. A Câmara (onde se daria a corrupção) encerrou formalmente o caso em 24 horas após a suspeita ter sido negada no ano anterior.
É mais ou menos assim: o Planalto perguntou ao suposto criminoso se ele cometeu um crime e, como ele disse que não, ficou satisfeito.
Ninguém tem condições ainda de tirar conclusões sobre a honradez do presidente da República. Nem é esse o caso. Mas o grau de informalidade com que Lula administra o país é temerário. Não cabe a ele receber um presidente nacional de um partido, Roberto Jefferson, ouvir absurdos e tomá-los como comentários banais. É dever do principal mandatário do país atuar por ofício, e não mandar fazer. Onde está o documento provando que Lula exigiu explicações detalhadas? Não existe.
Essa novela do "mensalão" ainda nem começou direito. O Palácio do Planalto parece não ter percebido. Como diria o agora providencialmente emudecido secretário-geral do PT, Silvio Pereira, estão querendo tapar o sol com o pandeiro (sic).

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