Entrevista:O Estado inteligente

sexta-feira, junho 10, 2005

CLÓVIS ROSSI :Alô, alô, Marte

folha de s paulo

  SÃO PAULO - Começou com o senador Aloizio Mercadante, líder do governo no Senado, apontando uma conspiração da elite para desestabilizar Lula. Foi imediata e corretamente contraditado pelo seu colega Delcídio Amaral: "Ô, Mercadante, a elite somos nós".
Depois, veio José Genoino, presidente do PT, apontado "pressupostos políticos e programáticos" na aliança com o PTB.
No mesmo dia, o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, dizia que as denúncias eram contra o PT, não contra o governo, como se fosse realmente possível, no caso, separar uma coisa da outra.
No meio do caminho, o ministro Olívio Dutra descobriu que a culpa era das "más companhias" do governo de que faz parte. Pode ser, mas levar dois anos e meio para fazer tal descoberta revela, no mínimo, um certo catatonismo.
Por fim, a jóia da coroa, na boca do ministro José Dirceu, para quem tudo é culpa da "boa fé socialista" do presidente da República e dele próprio, José Dirceu.
A menos que Dirceu entenda por socialismo a socialização com os "companheiros" Itaú, Bradesco e uns poucos mais da portentosa economia que o governo pratica, não há a mais leve sombra de socialismo em qualquer ato ou palavra do governo Lula desde o seu início.
Sobre "boa fé", quem entrega os Correios a um político com o passado "troglodita" auto-assumido por Roberto Jefferson não tem boa fé nem é socialista. Tem cegueira (ou talvez coisa pior, dependendo do andamento das investigações).
Antes, o presidente Lula já dissera: "Olhe para a minha cara e veja se é de preocupação".
Então, ficamos assim: ou alguém traz de volta de Marte esse conjunto de lideranças petistas ou a crise, que já é feia, vira tragédia.

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