PANORAMA ECONÔMICO |
O Globo |
20/9/2007 |
A péssima conservação das estradas deixou de ser um problema apenas econômico. Vista pela ótica da economia, a logística deficiente é razão da perda de pontos consideráveis na competitividade brasileira. Mas o mais relevante do problema é a tragédia humana que decorre dele. Em agosto, morreram 84 soldados americanos no Iraque. Só no feriado de 7 de setembro morreram 101 brasileiros nas estradas. As mortes não são todas decorrentes das estradas em péssimas condições. Uma parte do problema é provocada por outro problema brasileiro: o mau comportamento dos motoristas, a imprudência, o compulsivo desrespeito às leis de trânsito. Esses maus hábitos e a falta de sinalização, de acostamento, buracos nas pistas levaram os números brasileiros de morte no trânsito a níveis inaceitáveis. O professor de logística Paulo Fleury, da Coppead, acompanha esses números por dever de ofício, mas nunca se acostuma com eles. Como se acostumar? Olhe os gráficos abaixo. O Brasil ganha de todos os países desenvolvidos em termos de mortes por cem mil habitantes, mas a diferença até parece pouca. O que revela a dimensão do problema é o dado relativo: o segundo gráfico mostra as mortes por mil quilômetros de rodovias, que é de 10 na Itália, 6,56 nos Estados Unidos, 9,81 no Reino Unido e de até 3,3 no Canadá. No Brasil é de 106,79. O Brasil tem muito menos estradas por habitante e muito mais mortes nas estradas. - No Brasil, só se registra como morte por acidente na estrada a que realmente ocorre no local do acidente. Se o ferido for levado ao hospital e lá morrer, entra em outra estatística, a do Ministério da Saúde - diz o professor Fleury. Os números são ainda piores que os registrados. O tira-teima é o terceiro gráfico, que mostra a comparação entre Brasil e Estados Unidos usando o mesmo número de acidentes. Em cada 10 mil acidentes morrem no Brasil 909 pessoas, e nos Estados Unidos, 65. No Brasil, o número de óbitos é 13,5 vezes superior. Pode-se inferir daí que os carros têm equipamentos de proteção menos eficientes, e que o nosso socorro é muito mais ineficiente. Numa semana dedicada a pensar a prevenção dos acidentes de trânsito, esses dados ajudam a ver que, por todos os pontos de vista - econômico ou humano -, esse é um problema dramático. É irracional que, arrecadando R$10 bilhões de Cide por ano, tendo o Dnit R$11 bilhões para investir este ano, o país continue perdendo vidas, recursos e competitividade na deplorável infra-estrutura viária do Brasil. O estudo do professor Fleury mostra onde está o olho desse furacão de desperdício e insensatez: na BR-116 ocorrem 23% dos acidentes das rodovias federais e na BR-101, 17% dos acidentes. Nas duas somadas, 40%. - Já se sabe, nas estradas, quais são os pontos mais críticos e os horários de maior risco. Poderia ser feito um sistema de prevenção de acidentes. Hoje, a maior despesa isolada do SUS é o tratamento de politraumatizados por acidentes rodoviários. É devastador. Só a redução dessa despesa já pagaria a implantação de um sistema de prevenção - diz Fleury. |
Entrevista:O Estado inteligente
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quinta-feira, setembro 20, 2007
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