Lauro Jardim (ljardim@abril.com.br)
• CONGRESSO
O governo de castigo 1
A vida do governo não anda mesmo fácil no relacionamento com a base aliada. É o que mostra o levantamento inédito feito pela Arko Advice, do cientista político Murillo de Aragão. Entre fevereiro e setembro, o porcentual de votos a favor dos projetos do governo nunca foi superior a 60%. E, pior, mantém-se em uma sofrível média de 55%. É uma base dividida ao meio. Haja cargo para agradar a essa turma.
O governo de castigo 2
O PT não é o partido que mais ajuda a aprovar os projetos do governo. E sim o PCdoB, que teve 88% de votos favoráveis em setembro. No PT, esse porcentual foi de 83%. O PMDB ficou bem abaixo disso: 67% de apoio. Como se escreveu acima, haja cargo.
Juntos, mas nem tanto, desde a universidade
O bate-boca entre os ministros do STF Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, na quinta-feira passada ("Vossa excelência não tem condições de me dar lição de moral." "E vossa excelência tem?"), reuniu dois personagens que há décadas fazem carreiras paralelas, mas nunca foram amigos – muito pelo contrário. Barbosa e Mendes foram contemporâneos na Universidade de Brasília (UnB). Depois, prestaram o mesmo concurso para oficial de chancelaria do Itamaraty. Estavam juntos num concurso para procurador do Ministério Público, sempre sendo aprovados. A rixa entre os dois ficou patente na ocasião da indicação de Barbosa para o Supremo, aonde Mendes chegara um ano antes. Barbosa atribui ao colega uma campanha de bastidores contra a sua indicação. |
• MENSALÃO MINEIRO
Dado da realidade
José Serra disse reservadamente na semana passada que o tucanoduto "traz prejuízos para o partido", mas é "um dado da realidade, do qual não se pode fugir". Ainda assim, Serra não é a favor "de sair matando" Eduardo Azeredo.
• INTERNACIONAL
Marqueteiros de exportação
É o brasileiro Elsinho Mouco o marqueteiro do general Lino Oviedo, que saiu da prisão há três semanas e lidera as pesquisas de opinião para a eleição presidencial de abril no Paraguai. Em 2006, o marqueteiro trabalhou na campanha do ex-ministro Edson Vidigal a governador do Maranhão.
• PECUÁRIA
Barraco na fazenda
A agressividade do presidente da Nestlé, Ivan Zurita, no setor da pecuária fez dele um dos maiores criadores de gado do país e promotor dos leilões mais badalados. Mas nem tudo é festa. Na semana passada, um dos mais tradicionais pecuaristas do país, Francisco Jalles Neto, cuja família cria gado há mais de 100 anos, mandou uma carta aberta aos integrantes da Associação dos Criadores de Nelore desancando Zurita. Na carta, Jalles chama os leilões do presidente da Nestlé de "circo de famosos e industriais endinheirados que mal sabem distinguir uma vaca de um boi". E diz que o empresário e os seus leilões são "uma ameaça". O motivo da raiva é um projeto de Zurita para cruzar duas raças, do qual Jalles discorda.
• ECONOMIA
O minério e a pedra negra
Sem alarde, o megafundo de investimentos nova-iorquino BlackRock foi às compras nas bolsas e já é dono de 5,3% da Vale do Rio Doce. O BlackRock, que possui 1,2 trilhão de dólares em ativos, continua aumentando sua posição na mineradora.
• FUTEBOL
Envelope fechado
O Clube dos Treze, que negocia os direitos de transmissão do Brasileirão em nome dos clubes, recebeu na semana passada uma carta da Record. A emissora do bispo Macedo diz que quer fazer uma proposta para, a partir de 2009, tirar da Globo o campeonato. Mas exige que o processo de escolha seja uma concorrência, do tipo envelope fechado. Ou seja, quem der mais leva. O bispo está disposto a pagar 500 milhões de reais por temporada – o dobro do que custa hoje para a Globo.
Armínio compra 20% do grupo de Nizan
Armínio Fraga fechou na quinta-feira passada a compra de 20% da holding de publicidade Ypy, de Nizan Guanaes, dona das agências Africa, MPM e DM9DDB, entre outras. O Gávea, fundo que Armínio administra, pagou 35 milhões de dólares pelo negócio. Algumas coisas mudam, além da participação de Nizan, que cai de 51% para 31%. O foco será crescer na área de conteúdo, apostar na internacionalização da empresa e, em 2009, na abertura de capital. O nome da holding, Ypy, será aposentado. Em seu lugar, surge a ABC, com sede no Rio de Janeiro. A presidência permanece nas mãos de Guga Valente. |
• TECNOLOGIA
Câmera, celular, ação!
Vem aí um novo big brother. Não tem nada a ver com o programa da TV. Trata-se de uma tecnologia de televisão móvel que permitirá que cada um possa ver ao vivo, via celular, imagens de sua casa ou escritório. Quem a desenvolveu foi a empresa brasileira M1nd Lab, e algumas operadoras brasileiras oferecerão o serviço até o fim do ano.
• BEBIDA
O preço do envelhecimento
Quer um uisquinho? E a 1.000 reais a garrafa? Para quem tiver bala na agulha, desembarcarão no país no fim de outubro 100 garrafas do Chivas 25, ou seja, envelhecido 25 anos. O lançamento é mundial, mas na América Latina apenas o Brasil receberá o malte.
Notas diárias em www.veja.com.br/radar – acesso livre
Frank Rumpenhorst/AP