| EDITORIAL |
| O Globo |
| 11/5/2006 |
O depoimento à Polícia Federal da assessora especial do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino, mesmo que deva ser encarado com cautela até as devidas comprovações, degrada ainda mais a imagem de um Congresso já bastante desgastado por uma sucessão de fatos deploráveis. A começar pela eleição de Severino Cavalcanti, o rei do baixo clero, para a presidência da Câmara, um crime contra o Poder Legislativo cometido em sociedade entre situação e oposição. Logo em seguida veio a descoberta do esquema de compra de apoios ao governo no plenário da Câmara efetuada com o farto dinheiro administrado por Marcos Valério em parceria com o PT, e arrecadado a partir do aparelhamento da máquina pública empreendido pelo partido. Para agravar os efeitos desse atentado contra a moralidade pública, vieram os inconcebíveis desdobramentos do escândalo, com o plenário da Câmara agindo de forma despudorada para livrar da cassação vários mensaleiros graduados. Agora, surge a denúncia da assessora, feita em troca de redução de pena, de que 170 deputados — um terço da Câmara — e um senador incorporaram o espírito dos anões do Orçamento para dividir o butim da pilhagem dos cofres públicos executada por uma quadrilha de fraudadores de concorrências. Reforça-se, portanto, a perigosa visão de que todo político é corrupto e de que o Congresso é descartável. Fragilizam-se as instituições e a democracia representativa. Pode ser que a percepção de que há uma grave epidemia de corrupção no país derive de uma maior ação da Polícia Federal e do Ministério Público. Os assaltos aos cofres públicos sempre existiram, apenas estariam agora sendo descobertos e revelados. É possível. Mesmo verdadeira, essa constatação não protege as instituições. Só a ação continuada de investigação e repressão à corrupção, com as devidas reformulações de leis, conseguirá reverter o crescente e compreensível descrédito no poder público. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, está certo em se preocupar com a honra de deputados atingidos pela divulgação açodada, pela Polícia Federal, da lista de suspeitos. Melhor fará se agir com rigor para cumprir a promessa de não proteger qualquer parlamentar ligado à quadrilha — a mesma postura deveria assumir Renan Calheiros, presidente do Senado. Num dos piores momentos da sua história recente, o Congresso tem uma oportunidade preciosa para provar que o espírito público ainda é cultivado na Casa como um valor acima do corporativismo e do compadrio. O eleitor também precisa contribuir para aperfeiçoar o Poder Legislativo. A rigor, ele é o único capaz de sanear o Congresso e casas legislativas em geral com a mais simples e eficaz das armas da democracia: o voto. Cada escândalo desses tem um forte conteúdo pedagógico a ser metabolizado pelos eleitores para que nas próximas urnas façam uma boa escolha de candidatos. Pelo menos, vários nomes de políticos que têm de ser alijados da vida pública em outubro serão conhecidos. Bastarão consultas aos jornais e a listas que deverão circular na internet. Será meio caminho andado. |
Entrevista:O Estado inteligente
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quinta-feira, maio 11, 2006
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