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Enquanto as autoridades faziam campanha eleitoral "365 dias por ano", como gosta de dizer o presidente Lula, o crime organizado compôs seu exército, com código particular de conduta e sofisticada ideologia. O Estado de São Paulo não foi sitiado nos últimos quatro dias. Apenas passou a ver um mundo que já ocupava o mesmo espaço dos cidadãos, mas até então de forma quase invisível. Agora, está tudo às claras, como no Rio de Janeiro já estava. Nos outros Estados, é questão de tempo que o crime se materialize para além das penitenciárias, no cotidiano dos homens de bem, das empresas e dos bancos. Milhares de quilômetros de congestionamentos na capital paulista e nas cidades vizinhas mostraram o grande êxodo rumo ao espaço privado — o público pertenceria, logo mais à noite, aos ratos. As linhas de celulares ficaram congestionadas, com as famílias se buscando. As pessoas que não usavam automóveis foram vistas dando passos largos por uma imensa região sem transporte nem auto-estima. Chegar em casa, e mais nada, passou a ser o esforço de todos os que se aventuraram a sair. Thomaz Bastos falou. O presidente Lula falou. Nada de "mágicas", repetiam. Nada de "planos mirabolantes". A mágica e os planos mirabolantes, mal eles sabiam, já estavam em cada roda de cidadãos, que buscavam respostas práticas para esse estado de coisas. À falta de ação dos governos diante das ameaças que já são antigas, as pessoas comuns propunham as mais terríveis soluções. Os governantes terão de explicar, por exemplo, por que União e Estados, sabendo que um sistema de bloqueio de telefones celulares para um Centro de Detenção Provisória custa apenas R$ 300 mil, não investiram nisso. Em presídios, o custo é maior, e muitos já têm bloqueadores, mas não receberam os devidos reparos nos sistemas, que se tornaram insuficientes há mais de dois anos, a partir das novas faixas de freqüência da comunicação móvel. Ninguém viu isso? Sem mágica nem plano mirabolante, pelo menos isso os governantes terão de responder: por que deixaram o crime montar um exército, comandado por líderes presos, sob as barbas do aparelho de Estado? Por que cortaram verbas para a segurança pública quando era evidente o avanço do crime organizado? O que estavam fazendo além da campanha eleitoral de "365 dias por ano"? Todo debate sobre segurança pública, no fundo, é velho. Já se sabe o que fazer no país: qualquer coisa de tudo o que já foi dito e que seja implementada com rigor e competência. Busquei centrar na questão dos celulares para mostrar a simplicidade de determinadas ações que não são tomadas por falta de iniciativa de tantos ineptos no poder. Não somos presas de políticas de segurança equivocadas, mas da inexistência de qualquer coisa que se pareça com um plano de ação. Somos vítimas de governantes irresponsáveis. [ liliana@primeiraleitura.com.br] |
Entrevista:O Estado inteligente
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terça-feira, maio 16, 2006
O invisível se materializou, e o governo tornou-se espectro Por Liliana Pinheiro
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