| Panorama Econômico |
| O Globo |
| 11/5/2006 |
A economia está com bons indicadores e boas perspectivas tanto no front interno quanto no externo. Internamente o país está confirmando o cenário de crescimento maior este ano do que no ano passado e a inflação já está praticamente na meta. Apesar do câmbio baixo, o saldo comercial continua alto. Lá fora, há certa inquietação com estes primeiros tempos de Ben Bernanke no Fed, mas há pelo menos uma boa notícia: o déficit americano está menor do que se temia. O cenário não é excelente, mas ter uma economia sem sobressaltos será uma vantagem num ano político que tem tudo para ser turbulento. O IPCA divulgado ontem ficou dentro do que era previsto no mercado, 0,21%. Isso reduz a inflação nos últimos 12 meses para 4,6%, já praticamente na meta. Ao longo do ano, claro, pode haver pressões, mas as perspectivas são boas. O álcool, que pressionou no começo do ano, começa a ter queda de preço com o fim da entressafra.
Há em vários indicadores, tanto da CNI, da Fiesp, quanto do IBGE, sinais de que a recuperação econômica continua. Esta semana mesmo, a produção industrial regional mostrou que houve crescimento em 12 das 14 áreas pesquisadas. A balança comercial continua fortemente favorável. Nos dados do último mês, ficou claro que o que faz a diferença é o petróleo; como o Brasil importou pouco ao contrário da forte importação dos meses anteriores, o país teve queda na importação. E é o petróleo também que explica boa parte do crescimento das exportações. Há vários problemas na economia indicando problemas futuros. O câmbio baixo está, de fato, tirando muita empresa do setor exportador, mas não faz sentido que haja qualquer tipo de compensação por este problema. A Volkswagen está fazendo novamente das suas: ameaça demitir para ter algum tipo de compensação. O problema é que este governo parece mais sensível que os outros a este tipo de pressão e já está falando em reduzir o IPI. Estará, assim, compensando a Volkswagen pelo câmbio que é efeito da política macroeconômica. Contraditório. Esta reação de oferta de redução de impostos para a montadora mostra a dimensão do risco fiscal no atual governo. A qualquer pressão, mesmo a mais conhecida delas, a reação é sempre aumento de gastos. O cenário externo tem alguns dados bons. O melhor deles é o da queda do déficit público americano, ressalta, em sua análise, o Departamento Econômico do Bradesco. O mercado tinha feito cenários assustadores de aumento do déficit que já é alto nos Estados Unidos, mas está havendo uma queda nas previsões. Não por méritos fiscais de Bush. O presidente americano sempre foi um trapalhão nesta área e destruiu em pouco tempo o equilíbrio nas contas deixado como herança bendita pelo governo Clinton. Mas, em vez de ter um déficit fiscal de US$ 400 bilhões indo para US$ 450 bilhões, a nova previsão do Congresso é de um déficit de US$ 300 bilhões. O temor era que os esforços de reconstrução da área atingida pelos furacões fossem elevar o déficit já alto dos EUA. O resultado não foi atingido com corte nos gastos, mas, sim, aumento de receita. Lá como cá, as contas fecham quando o contribuinte manda mais dinheiro para o Tesouro. Uma forma pouco sustentável de fazer o ajuste, mas, pelo menos, adia os piores cenários da economia americana, que haviam sido baseados na premissa de um déficit com uma trajetória explosiva. As despesas continuam aumentando, a 7,6%, mas cobertas pelo aumento da receita de 11%. Na avaliação dos economistas do Bradesco, "isso afasta por dois anos um dos riscos mais importantes do cenário global que era a deterioração fiscal americana". Lá como cá, as despesas crescem, mas aumentam também as receitas; o pior cenário é adiado, mas os riscos continuam a espreitar a economia. Em abril, as contas públicas americanas fecharam com o melhor superávit orçamentário desde 2001. Mesmo assim, um banco que está com uma posição mais cautelosa, como o Lehman Brothers, prevê que o ano fiscal terminará com um déficit de US$ 375 bilhões, a menos que o aumento de arrecadação continue surpreendendo nos próximos meses. Para o Brasil, o importante é que os cenários de turbulência externa estão adiados no momento e toda a discussão travada nos relatórios dos bancos é se os Estados Unidos terão mais dois aumentos de taxas de juros ou se o de ontem é o último antes da pausa. Aqui também há pequenas dúvidas de curto prazo. As grandes, avassaladoras dúvidas, são em relação ao médio prazo do Brasil, um país que tem obstáculos no caminho do crescimento sustentado, mas que não consegue vencê-los porque se afunda numa crise política na qual o governo patina há um ano. |
Entrevista:O Estado inteligente
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quinta-feira, maio 11, 2006
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