| O Estado de S. Paulo |
| 23/5/2006 |
O cipó persegue o pau - ensina o caipira. Quando o pau entorta, o cipó segue atrás. A nomeação do economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida ao cargo de secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda levanta a pergunta sobre se a orientação da política econômica está mudando. Gomes de Almeida é um economista competente que até agora vinha ocupando o cargo de diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Ele era um dos principais responsáveis pela orientação dada ao Iedi, de forte crítica à política econômica conduzida até fim de março pelo ex-ministro Antonio Palocci. Como um importante representante do Iedi ocupa agora cargo-chave dentro no governo, salta a pergunta: a orientação também vai mudar? Durante a administração do ex-ministro Palocci, o diagnóstico do governo era o de que o principal problema da economia é o desequilíbrio fiscal: é o governo gastando mais do que podem suas pernas, o que também explica essa dívida descomunal, que nada mais é do que déficit acumulado nos anos anteriores. Para combater esse mal, a prioridade tinha de ser o ajuste fiscal, cujas colunas mestras são a formação de um superávit primário (sobra de arrecadação para evitar novo endividamento e amortização de parcela do principal) e combate sem tréguas à inflação. Os principais formuladores dessa política foram os dois secretários de Política Econômica da administração Palocci: Marcos Lisboa e Murilo Portugal. Em contraponto nítido, para o Iedi o principal problema é o baixo crescimento, que, por sua vez, decorre da política obsessiva de combate à inflação e ao déficit público imposta pelo governo, que travou a atividade econômica. O Iedi vem atacando o que entende ser o zelo excessivo do Banco Central (BC), primeiramente, de fixar metas demasiadamente ambiciosas de inflação e, depois, de perseguir esse objetivo a ferro e fogo. Também não poupa a política cambial. Prega mais determinação das autoridades para reverter a tendência à valorização do real, embora nunca tenha sido claro sobre como fazer isso. E tem despejado chumbo grosso sobre a decisão do governo, tomada em fevereiro, de isentar do Imposto de Renda as compras de títulos públicos pelos estrangeiros. Para o Iedi, essa decisão trouxe mais capitais externos, que contribuíram para a forte valorização do real. Quando foi para o Ministério da Fazenda, Guido Mantega foi cobrado sobre suas posições anteriores contrárias à orientação dada até então pelo ex-ministro Palocci. Quem o ouviu entendeu que o conteúdo da cabeça de uma pessoa varia de acordo com o chapéu que usa. Para todos os efeitos, Mantega usaria o chapéu do governo, ou seja, manteria em pé a política econômica do presidente Lula. Pelo menos até agora, afora eventuais trocas de farpas verbais com o atual centro da ortodoxia econômica (Banco Central), não se pode dizer que tenha havido desvio significativo de orientação da política sob a orientação de Mantega. O que precisa ser esclarecido é se pau e cipó continuam se expandindo na direção anterior ou se, para o bem ou para o mal, vai aí alguma entortada. |
Entrevista:O Estado inteligente
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terça-feira, maio 23, 2006
Celso Ming - O cipó e o pau
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