FOLHA
A frase pode ser vista como efeito de desconhecimento, o que me pareceria uma conclusão exagerada. Não seria de todo irreal debitá-la à perda de senso que é a megalomania do sucesso. Mas também é possível atribuí-la a impulsos paranóicos. Haverá quem a tome por leviandade demagógica, não faltará quem nela identifique apenas um deboche. Faça a seu escolha. Eis a frase, servida como complemento à advertência "tudo o que eu quero na vida é fazer comparação":
"Não queria comparar o meu governo com o governo passado, porque isso seria como um Corinthians e Íbis. Queria comparar o nosso governo com toda a República, com o mundo todo, para ver se em algum momento na história houve um governo com tanta participação dos trabalhadores".
A comparação que Lula faz todos os dias lhe parece, agora, covardia. E é. Se não perdeu de todo o senso e as medidas, e quer mesmo fazer comparações, tem duas bem à mão. Não precisa ir "a toda a República, ao mundo todo". Compare o seu governo aos frutos sociais, econômicos e institucionais dos governos de José Sarney e Itamar Franco. O primeiro foi o mais acusado de ineficiência nos últimos 40 anos, ou desde João Goulart. O outro durou apenas dois anos e teve de improvisar-se, nas urgências do pós-impeachment. Apesar disso, é com eles que Lula pode fazer a comparação esclarecedora.
Não é recomendável que a faça em público. O lugar apropriado é o recôndito dos palácios, um daqueles aposentos onde Fernando Henrique gostava de levar conhecidos para mostrar o que chamava de "os aposentos do príncipe", os seus. A finalidade da comparação não seria submeter a castigo público, como punição para a persistência em iludir platéias. Seria apenas, digamos, ortopédica: fazer o presidente da República pôr os pés no chão, como primeiro passo em direção às responsabilidades que dele o país tem esperado.
Espera que não inclui, é claro, os favorecidos com os juros lulistas, os que ganham fortunas diárias com os títulos da crescente dívida feita pelo governo Lula, os especuladores das Bolsas e os agraciados (a maioria deles ainda irrevelada) pela original política que compôs a "base governista" com a inspiração de Marcos Valério.
Mais um
A enxurrada de denúncias que desaba sobre o governo Rosinha/Garotinho contém, de fato, muita manipulação interessada ou proveniente do conhecido despreparo do jornalismo brasileiro, mas também há muitos indícios de improbidades merecedoras de investigação. Só se pode esperar investigação séria, porém, se nesse sentido houver empenho do Ministério Público. A Assembléia Legislativa fluminense já é palco para exploração política das denúncias, sobretudo por parte do PT, mas não tem estatura para ir além disso, também ela atingida por evidências desmoralizantes.
Anthony Garotinho e o governo Rosinha exibem enorme aturdimento, quase paralisados diante do poder de fogo dos seus inimigos nos meios de comunicação do Rio. Ainda não há sinais claros do possível efeito eleitoral das denúncias, considerando-se que Garotinho inquieta Lula e o PT muito mais do que Geraldo Alckmin, mas os primeiros sinais não tardam. Virão do PMDB, com a escolha do dia da convenção. Quanto mais cedo, pior para Garotinho (a menos que haja novas denúncias). E melhor para Lula ou para Itamar Franco.
Entrevista:O Estado inteligente
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