Entrevista:O Estado inteligente

sábado, abril 29, 2006

Em breve, toda a turma reunida novamente

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Por ampla maioria, os delegados ao Encontro Nacional do PT em São Paulo acabam de conferir a Lula o que ele lhes pediu ontem: liberdade incondicional para se aliar com quem quiser nas próximas eleições.

 

Isso significa: sacrificar o PT nas eleições estaduais para atrair o apoio de outros partidos na eleição presidencial.

 

Talvez seja um pouco demais imaginar Roberto Jefferson no palanque de campanha de Lula - afinal, foi ele que rompeu com a lei mafiosa do silêncio e que estragou tudo.

 

Mas Severino Cavalcanti (PP-PE), ex-presidente da Câmara, estará lá, sim, com toda certeza - por que não? Waldemar Costa Neto, presidente do PL, aquele que renunciou para não ser cassado, também.

 

Assim como José Janene (PP-PR), se a saúde permitir. E todos os mensaleiros absolvidos pela Câmara - afinal, gente, eles foram processados, julgados, absolvidos e ponto final. São inocentes, inocentes para todos os efeitos - e não se fala mais disso.

 

José Dirceu..., esse nem se fala. Estará no palanque que ajuda a montar viajando por aí incansável, de Caracas a Juiz de Fora. Outro dia foi aplaudido por alunos de uma universidade carioca. Deu autógrafos. Virou um pop star. Com méritos. 

 

Sim, eu ía esquecendo de mencionar Palocci - ah, quanta saudade Lula sente dele, quanta falta ele faz ao país.

 

É fato que a economia não saiu dos trilhos, nem sairá. E que Lula não é maluco para romper compromissos assumidos em 2002 com os verdadeiros donos do poder.

 

Mas todos estávamos acostumados com a cara boa de Palocci, não é mesmo? Com aquela serenidade admirável, aquela extraordinária capacidade de mentir como se dissesse a mais pura verdade...

 

Bem, mas Palocci deverá ser candidato a deputado federal para ganhar imunidade e escapar de processos em instâncias inferiores da Justiça. E nessa condição, terá todo o direito de subir no palanque de Lula. Esperem para ver: será ovacionado.

 

Não posso garantir que o "nosso Delúbio" estará lá também. Mas se estiver será com discrição, talvez para segurar às escondidas a cigarrilha do chefe. No caso, o "chefe" é Lula.

 

Enfim, a turma se prepara para se reunir novamente, trabalhar junta novamente e - se Deus quiser - garantir a Lula mais quatro anos de governo.

 

Quanto ao PT, esqueça. Não se pode querer tudo ao mesmo tempo - a vitória de Lula e o resgate de um sonho que foi pelo ralo.

 

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. (Ô Genoino, cadê você? Eu vim aqui só prá te ver...)

Enviada por: Ricardo Noblat

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