Dora Kramer - À espera de um milagre |
O Estado de S. Paulo |
26/4/2006 |
Decisão sobre o vice de Alckmin fica em banho-maria até a definição do PMDB Se alguém espera que das reuniões de hoje e amanhã entre as cúpulas do PSDB e do PFL saia alguma definição sobre o candidato a vice na chapa de Geraldo Alckmin, convém aguardar sentado, porque a decisão mesmo só sairá mais adiante, quando estiver mais claro o cenário no PMDB. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, já disse ao candidato tucano que o partido mantém a disposição de abrir mão da vaga de vice para algum pemedebista enquanto houver chance de fazer uma tríplice aliança. Tucanos e pefelistas reúnem-se agora não para resolver a questão do vice, mas para consertar o estrago das declarações do prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, que, aborrecido com o lançamento da candidatura de Eduardo Paes pelo PSDB ao governo do Estado, aventou de público a hipótese de o PFL não fechar aliança com o PSDB no primeiro turno. Tanto Jorge Bornhausen quanto Geraldo Alckmin confirmam que a coligação está "80%" acertada, ficando na dependência apenas da abertura da "caixa-preta" das dubiedades do PMDB. É verdade que a esperança hoje parece baseada em otimismo exacerbado. Mas o PSDB e o PFL não são os únicos. O governo também está à espera do mesmo milagre da aliança com o PMDB mediante a implosão da candidatura própria. Objetivo, o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, acha que ambos, governo e oposição, estão sonhando com terrenos na lua. Para Rigotto, a possibilidade de um acerto em torno do vice é inexistente. Mais fácil, na opinião dele, é o PMDB ficar sem candidato a presidente, livre para apoiar quem bem entender, do que aceitar fazer aliança em troca de um lugar de coadjuvante. "Seria humilhante o partido abrir mão da candidatura a presidente e se aliar a outro partido em condição subalterna." Precavido, o candidato do PSDB mantém a vaga de vice aberta para o PFL. Mas fica satisfeito com a posição de Bornhausen de "facilitar" a ampliação da aliança com a inclusão do PMDB. "Seria o ideal", afirma Alckmin. Os atritos regionais com o PFL que estariam atrasando a oficialização da coligação são naturais e muitos ficarão sem solução. "Não é possível conseguir unanimidade nos 27 Estados." Também no PFL há a compreensão de que a ausência de conciliação entre adversários inconciliáveis - como tucanos e pefelistas na Bahia - não pode ser um obstáculo inamovível. Mas o partido de Bornhausen não esconde ponta de irritação com a placidez do grupo de Alckmin frente à independência regional do PSDB e manifesta preferência pelo jeito centralizador de José Serra e pelo talento de Fernando Henrique para aplacar animosidades. No caso do Rio, por exemplo, o PFL acha que FH "embromaria" César Maia e o PSDB local a fim de evitar a exposição pública do conflito. Mas, como o centro da negociação agora é Alckmin, os pragmáticos pefelistas deixam a nostalgia das preferências de lado, ainda que se sintam no direito de cobrar do candidato tucano uma posição mais assertiva em relação à campanha. Na avaliação interna, Alckmin perde tempo, inverte prioridades, quando a dianteira de Lula exigiria desde já a definição de um plano de ataque, pois a disputa avizinha-se dura e fora dos parâmetros habituais, dada a falta de cerimônia com que Lula circula como candidato, tendo à disposição os instrumentos de presidente.
Geraldo Alckmin avisa aos navegantes: não adianta ter pressa, ele só inicia a campanha propriamente dita com apresentação de programa de governo e debate das idéias que tem sobre emprego, renda, trabalho e educação (sua agenda resumida de temas) quando a lei permitir: a partir de 10 de junho, data da convenção oficial do PSDB. Informa também que é inútil nutrir expectativas em relação a estruturas grandiosas de campanha, porque a dele será diferente de tudo o que se viu recentemente. "Vou fazer uma campanha modesta, com pouca gente, poucos recursos, viajando em avião de carreira, com tudo dentro da lei." Para Alckmin, quem o critica por improvisação, lentidão e provincianismo precisaria refletir sobre a crise que abalou o governo Lula e todas as suas variantes. "Esse pessoal não aprendeu nada com o valerioduto nem percebeu que o Brasil precisa começar a fazer política de uma outra maneira." E essa nova forma, diz Alckmin, inclui dar prioridade ao debate de conteúdo e também "saber respeitar os momentos". E este momento, na opinião do tucano, é de "rodar o Brasil para conhecer as realidades locais, cuidar das alianças políticas e estudar, principalmente economia". O candidato acha que está certo em considerar o horário eleitoral gratuito o espaço correto para estabelecer o contraditório com o adversário. "É o único jeito de falar com o País todo." Considera os três meses, a contar de junho, mais que suficientes para fazer sua campanha, pois, a experiência lhe diz, "eleição se define nos últimos 30 dias".
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Entrevista:O Estado inteligente
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quarta-feira, abril 26, 2006
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