Panorama Econômico |
O Globo |
27/4/2006 |
Se o presidente George Bush quiser saber quem é o responsável pelo aumento nos preços da gasolina, que está derrubando mais um pouco sua popularidade, precisa apenas de um espelho. Toda a sua política de governo foi para aumentar o consumo e reduzir a perspectiva de oferta de petróleo. Piada da revista "Economist": "Qual é a diferença entre o Partido Republicano e o Titanic? É que o Titanic, pelo menos, não estava tentando acertar o iceberg." A guerra com o Iraque custou até agora US$ 282 bilhões e 10 mil mortos e feridos norte-americanos; está longe de um fim e reduziu a oferta de petróleo no mundo. As ameaças ao Irã aumentam a probabilidade de um cenário em que vai cair mais um pouco a oferta de petróleo. O que o mundo precisa é que, por razões econômicas e ambientais, aumente o esforço para reduzir o consumo. O governo do presidente Bush bombardeia todas as propostas que levariam a um uso mais sustentável do poluente combustível. Ontem, com a declaração do presidente norte-americano e a divulgação dos estoques dos EUA, o petróleo experimentou um dia de queda. Porém, se o anúncio de Bush de caça aos preços altos da gasolina pode ajudar a curto prazo, a longo, tem o efeito contrário, pois deixa claro que a preferência não é por uma política de incentivo à queda no consumo. Um dos gráficos abaixo mostra que hoje se consomem no mundo 2,5 vezes mais petróleo que nos anos 60 (e isso mesmo com as crises do fim dos 70 e início dos 80, que reduziram, na época, o crescimento do consumo). Em 2030, a demanda mundial deve alcançar 120 milhões de barris diários. Mas, para acontecer isso, será preciso um investimento de US$ 3 trilhões em exploração e produção. Além de US$ 8 bilhões anuais em refino. É conhecida a estatística que diz que, para cada dois ou três barris de petróleo consumidos no mundo, apenas um é agregado às reservas mundiais. Não precisa ser perito para saber que o petróleo vai acabar e que o mundo tem que encontrar novas alternativas ao combustível fóssil. O aumento recente dos preços no mercado internacional foi impressionante: o barril estava em US$ 33 em 2004 e agora está acima de US$ 70. Se olharmos um pouco atrás, no início de 2002, estava abaixo dos US$ 20. O preço estava errado naquele momento. O Center for Global Energy Studies, britânico, disse esta semana que espera que este ano os preços fiquem entre US$ 66,7 e US$ 74,2 por barril. Sem chance de voltar a patamares antigos, pelo menos por enquanto. Há problemas geopolíticos atingindo vários produtores como Irã, Iraque, Nigéria, Kuwait, Venezuela e Rússia. A demanda global aumentou 9% de 2002 a 2005, conta um relatório recente feito pelo Credit Suisse. Ela deve subir menos pelo efeito preço, pela redução de subsídio ao consumo na China e aumento dos impostos sobre combustíveis na Europa. Por outro lado, nos Estados Unidos, está sendo eliminada a mistura do cancerígeno MTBE na gasolina e isso aumentará o consumo do combustível. — Não vamos tolerar a manipulação de preços dos combustíveis — disse Bush, na tentativa de recuperar a popularidade. Ameaça as empresas e convoca os estados para esta luta contra o preço alto do combustível. Tudo factóide. O estudo do Credit Suisse mostra que os preços dos combustíveis nos EUA não estão altos, estão até mais baixos que no Brasil como mostra o gráfico. "Os preços talvez tenham que ficar mais altos por mais tempo do que pensávamos", diz o relatório do banco, referindo-se à necessidade de um novo patamar de equilíbrio entre demanda e oferta. Mas o que os ambientalistas têm dito é que a demanda de petróleo no mundo tem que cair por razões mais nobres e mais definitivas do que os preços pagos na bomba. O que realmente preocupa é o preço intangível e ameaçador a ser pago em termos dos estragos na natureza da emissão de tanto gás carbônico do combustível fóssil. |
Entrevista:O Estado inteligente
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