Entrevista:O Estado inteligente

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Lucia Hippolito :Aguardemos o plenário


"Nesta semana pode ser finalmente marcada na Câmara dos Deputados a sessão para examinar o pedido de cassação de Roberto Brant, do PFL mineiro, e do Professor Luizinho, do PT de São Paulo.


Roberto Brant recebeu R$ 102 mil reais do valerioduto. Segundo ele, foi uma doação não-contabilizada da empresa Usiminas, que se teria valido da agência de publicidade de Marcos Valério para repassar o dinheiro. Evidentemente, ninguém contabilizou coisa nenhuma, nem a saída do dinheiro da Usiminas nem a chegada do dinheiro às contas de campanha do deputado Roberto Brant.


E é por isso que o deputado está sendo acusado. Não por sua biografia, sua história de vida ou sua atuação parlamentar. Roberto Brant está sendo acusado de quebra de decoro parlamentar por ter usado caixa 2 em sua campanha eleitoral. É simples assim.


Pode não ser cassado em plenário, porque existe uma grande movimentação, basicamente do PFL e do PSDB, para salvar seu mandato. Dessa forma, os tucanos entendem que estão dando uma demonstração de que levam em grande conta a aliança entre PSDB e PFL nas eleições de 2006.


O PSDB já tinha participado de cenas do mais puro cinismo político quando o deputado Roberto Brant foi condenado no Conselho de Ética.


A tal ponto, que a votação foi por oito a sete, a mais apertada até agora, exigindo do presidente, deputado Ricardo Izar, o voto de Minerva.


O plenário até pode desautorizar este voto, mas estará com isso desmoralizando o Conselho de Ética.


Quanto ao caso do Professor Luizinho, trata-se também do mais explícito caixa 2. O deputado sacou, através de um assessor, 20 mil reais das contas de Marcos Valério.


É indiferente saber se ele recebeu 20 mil ou 20 milhões de caixa 2. O que importa é que o Professor Luizinho cometeu um crime. Na justiça comum, pode ser que viesse a receber uma pena menor que um deputado que recebeu 102 mil, como Roberto Brant, por exemplo.


Mas ambos quebraram o decoro parlamentar, e é disso que se trata. A quebra do decoro parlamentar é razão suficiente para a perda do mandato.


Agora, é esperar para ver se o plenário da Câmara vai acompanhar a decisão do Conselho de Ética ou vai repetir o papelão que fez naquela vergonhosa sessão que absolveu o deputado Romeu Queirós, um mensaleiro confesso."

Enviada por: Ricardo Noblat

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