Entrevista:O Estado inteligente

segunda-feira, junho 06, 2005

VINICIUS TORRES FREIRE:História da ruína petista-lulista- folha de s paulo

SÃO PAULO - A natureza de Lula e seu PT manifestou-se em sua crua inteireza apenas após meses de governo. Apesar do despreparo intelectual e programático dos adeptos de Lula, havia pouca gente disposta a lhes negar mesmo o benefício da dúvida.
Mas no poder os defeitos de base do PT desabrocharam. Em meses, esnobavam-se os últimos movimentos sociais da "base petista", projeto iniciado em 1995, assumido em 2000 e escancarado em 2002. Ficou o "projeto de poder" sem idéias. O aparelhismo da pior esquerda. O arrivismo mais vulgar da alta burocracia partidária. Agora, não ficou nem mesmo o Roberto Jefferson.
Apesar de o PT ter renegado com despudor 20 anos de tolice econômica, o defeito de origem permaneceu. O governo Lula reagiu à ruína de FHC com os então corretos procedimentos de manual. Mas a ausência de quadros e idéias econômicos no PT o submeteram sem mais à onda conservadora mundial e ao poder da finança e da direita da tecnocracia econômica nacionais. O Tesouro Nacional é drenado pelo monetarismo idiota bancado por Lula.
O petismo-lulismo desconectou-se do movimento social. Tornou-se movimento arrivista. Levou ao poder federal os seus quadros volantes, gente que participou do governo de várias prefeituras petistas, algumas muito bem administradas, outras a origem de escândalos sem explicação.
Vários assessores próximos de ministros e da cúpula federal muitas vezes aparecem na foto de licitações suspeitas, em consultorias de negócios federais esdrúxulos, em assassinatos: concorrências do lixo, GTech, Santo André, Celso Daniel.
O selvagem loteamento do governo, em parte para dar cargos a amigos medíocres de Lula e a tendências petistas, foi contraproducente mesmo do ponto de vista do pragmatismo político. O PT quebrou acordos tanto com a escória aliada como com gente mais séria no Congresso. Lançou o país em crise política.
Seu plano de governo é uma política de esmolas e marquetagem originada no quasifascismo paulista. Não há políticas estruturais de governo ou desenvolvimento. E, com dois anos e meio de governo, temos isso: lama.

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