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Nocaute
Cinqüenta horas depois de Roberto
Jefferson, o homem a quem o governo
fez tudo para desqualificar, ter dito
"rápido, sai daí rápido, Zé",
José Dirceu deixa a Casa Civil
Otávio Cabral
Lula Marques/Folha Imagem |
A DECISÃO MAIS DIFÍCIL Os companheiros Lula e Dirceu: o presidente diz que aceitar a saída do ministro foi sua "decisão mais difícil" em trinta meses de governo |
Há trinta meses, José Dirceu de Oliveira e Silva subiu a rampa do Palácio do Planalto e, fiel à sua história de militante cassado e exilado, fez de seu notável triunfo político um emocionado tributo aos que tombaram na luta contra a opressão. Na quinta-feira passada, José Dirceu de Oliveira e Silva, aos 59 anos, saiu do Palácio do Planalto pela porta dos fundos, sob o peso da acusação de comandar o mensalão, apelido da mesada de 30.000 reais com a qual o PT é suspeito de comprar o voto de deputados aliados. No discurso de despedida, ecoando o lamentável estilo dos políticos ortodoxos flagrados com a boca na botija, José Dirceu disse que saía de "mãos limpas" e "cabeça erguida". O anúncio da demissão do ministro foi ainda precedido por uma cena melancólica. Ao depor no processo de cassação de seu mandato, o deputado Roberto Jefferson, do PTB, pediu a demissão de Dirceu. "Zé Dirceu, se você não sair daí rápido, você vai fazer réu um homem inocente, que é o presidente Lula." E, olhando para a câmara de televisão, aduziu: "Rápido, sai daí rápido, Zé!". Cinqüenta horas depois disso, o que aconteceu? O Zé saiu. Informado da demissão por telefone, Jefferson deu gargalhadas.
A cronologia da demissão de Dirceu sugere que o governo, ao mesmo tempo em que tenta desqualificar Jefferson e suas denúncias, não consegue esconder que o deputado exerce algum poder sobre o próprio governo e os petistas mais estrelados. Ao depor no processo de cassação de seu mandato, Jefferson procurou comportar-se como se fosse um, digamos assim, gigante da baixa política: confessou crimes que ele próprio cometeu, desmentiu mentiras que ele próprio contara antes e distribuiu acusações abertas a cinco ministros e sete deputados. Fez questão de inocentar o presidente Lula – "um homem de bem, honrado, simples, correto" – e acusar o que chamou de "cabeça do PT", composta, além de José Dirceu, pelo presidente José Genoíno, pelo secretário-geral Silvio Pereira e pelo tesoureiro Delúbio Soares. Apontou ainda o suposto operador do mensalão, o mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, que seria responsável por transitar com malas de dinheiro (veja reportagem). Numa das várias tentativas de purificar-se banhando-se em sua própria lama, Jefferson contou que a bancada do seu honrado PTB chegou a votar – votar! – se queria ou não receber o mensalão de 30.000 reais.
Celso Junior/AE | Ed Ferreira/AE |
AS EVIDÊNCIAS Reunião da CPI dos Correios e o deputado José Janene (à esq.): sinais cada vez mais evidentes de que havia, sim, mensalão |
Seus petardos mais devastadores, no entanto, foram dirigidos contra José Dirceu e José Genoíno. Jefferson admitiu que mentira quando desqualificara uma reportagem publicada por VEJA em setembro de 2004, na qual se informava que a bancada do PTB estava irritada com o governo por razões financeiras. A revista noticiara que o PT comprara o apoio do PTB por 10 milhões de reais, mas entregara só parte do dinheiro. Na semana seguinte à publicação, Jefferson desmentiu a reportagem "veementemente", mas agora confessou: o acordo existia, chegava a 20 milhões de reais e só 4 milhões foram pagos. Ele explicou que só desmentira tudo antes para "não atrapalhar a candidatura de Marta Suplicy", que então concorria à reeleição para a prefeitura de São Paulo. Ao fazer a confissão, Jefferson comprometeu a si próprio e a Dirceu e Genoíno. Sobre Genoíno, disse que, ao receber malas de dinheiro do PT, indagou como esquentariam a grana. Genoíno, despreocupadamente, teria dito que tudo seria acertado mais tarde com uma manobra contábil entre os dois partidos. Sobre Dirceu, contou que o ministro reclamara que o PT estava na penúria porque a Polícia Federal, "meio tucana", prendera dezenas de doleiros e "a turma que ajuda não está podendo internar dinheiro no Brasil".
Ao encerrar seus trinta meses de governo acossado por denúncias de corrupção, José Dirceu assumiu seu posto como uma glória do governo, mas saiu de lá como sua tragédia. Foi ele quem levou para o regaço do governo legendas como PTB, PL e PP – e, ao executar sua estratégia, produziu um duplo desastre: uma base parlamentar gelatinosa e o escândalo do mensalão. "José Dirceu acabou vítima de si próprio", analisa o filósofo Roberto Romano, professor de ética política da Universidade Estadual de Campinas. "Procurou Roberto Jefferson, que jamais cairia naturalmente no colo de um governo petista, e acabou destruído por ele. Era uma aliança nos moldes da máfia, que não tinha como acabar bem." Na Casa Civil, a turma de Dirceu ficou conhecida como o pedaço mais contaminado do governo. Waldomiro Diniz, um de seus principais assessores, responsável pela negociação de cargos e emendas com deputados e senadores, caiu em fevereiro do ano passado ao ser pilhado num vídeo em que pedia propina a um empresário de jogos. Marcelo Sereno, seu assessor especial, deixou o governo sob a acusação de que fora alertado sobre as tramóias de Waldomiro Diniz e nada fizera para contê-las.
Cristiano Mascaro |
OUTRA ORIGEM Dirceu, quando militava no movimento estudantil, antes do exílio em Cuba: diferente de Lula |
Agora, cai o próprio José Dirceu, também com água até o pescoço em um mar de suspeitas. E vai juntar-se a seus aliados mais fiéis dentro do PT, todos igualmente sob a mira das denúncias de ajuda financeira eleitoral clandestina e pagamento de mensalão: José Genoíno, Silvio Pereira e Delúbio Soares. A seus interlocutores próximos, o presidente Lula disse que a demissão de José Dirceu, companheiro de tantos anos com o qual mantém uma relação de respeito embora pontuada por atritos e divergências, foi "a decisão mais difícil" de seus trinta meses de governo. É até compreensível que tenha sido assim devido tanto à dificuldade do presidente em demitir quem quer que seja – pior ainda quando a demissão é um corte na própria carne – quanto à importância que Dirceu assumiu dentro do governo desde o momento da posse. "O Dirceu foi a pessoa mais importante do governo", diz o líder do PT no Senado, Delcidio Amaral, escalado para o delicado cargo de presidente da CPI dos Correios. "Ele não tinha crise de consciência, segurava o PT, mostrava ao partido claramente o ônus e o bônus de ser governo. Se a dissidência foi tão pequena foi graças ao Dirceu."
Com a saída de José Dirceu, porém, Lula dá um passo fundamental em direção a duas coisas essenciais: salvar seu governo e preservar sua biografia. Até agora, não apareceu uma prova da existência do mensalão. Mas os indícios de que o troca-troca partidário na Câmara era movido por impulsos pecuniários não param de pipocar. O deputado Sandro Mabel, do PL de Goiás, por exemplo, é um dos acusados por Jefferson de receber o mensalão. Mabel nega com veemência, mas, coincidentemente, em março passado, demitiu seis funcionários de seu escritório político em Goiânia – cada um recebia cerca de 5.000 reais. Dois dos demitidos contaram a VEJA que o deputado, ao dispensá-los, alegou que a fonte de onde vinham os recursos secara. José Janene, do PP do Paraná, também nega ter embolsado mensalão, mas até o ex-tesoureiro de seu partido, Benedito Domingos, sentiu-se à vontade para vir a público e dizer que um "zunzunzum" dá conta de que o mensalão era distribuído no apartamento de Janene. "A casa do Janene era chamada de pensão", disse Benedito Domingos em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Já apareceram indícios de que o mensalão também circulava dentro do honrado PTB, aquele partido cuja bancada – nunca é demais lembrar – levou a voto a proposta da mesada. Em maio de 2003, três deputados filiados à época ao PSDB foram avisados pelo então presidente do partido, José Aníbal, de que poderiam ser expulsos da legenda porque vinham votando com o governo. Os três pediram socorro a José Dirceu. Não se sabe o que aconteceu na Casa Civil, mas o fato é que, no mês seguinte, os três procuraram os líderes tucanos e disseram o seguinte: topariam ficar no PSDB, e não votar mais com o governo, se recebessem o mesmo que lhes foi oferecido para bandear-se para o PTB: 30.000 reais por mês mais uma quantia entre 300.000 e 500.000 reais para honrar dívidas, além de um cargo na hidrelétrica de Furnas. VEJA confirmou a história com três líderes tucanos. Os deputados negam. "Quem falou isso é um irresponsável", diz Jovair Arantes, filiado ao PTB desde 7 de agosto de 2003. "É uma tremenda acusação falsa", diz Salvador Zimbaldi, no PTB desde 7 de agosto de 2003. Osmânio Pereira não foi localizado por VEJA. Ele filou-se ao PTB em 7 de agosto de 2003.
Além do escândalo do mensalão, o governo de Lula, agora que tenta inaugurar uma nova fase, também terá de lidar com a suspeita crescente de que permitia que os aliados se locupletassem em cargos públicos. Em seu depoimento, Jefferson confessou abertamente que os partidos só exigem cargos no governo com o objetivo de levantar dinheiro – e não, como diz o discurso da hipocrisia, para "ajudar o Brasil". Ele também admitiu, confirmando outra reportagem de VEJA, que realmente pressionara Lídio Duarte, então presidente do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), a extorquir uma gorda mesada ao PTB dos clientes da estatal. Essa confissão tem um significado especial, pois revela os métodos delinqüentes do PTB – e quem mais? – para financiar suas campanhas e confirma o que dizia Maurício Marinho no célebre vídeo da corrupção nos Correios. Rememorando: Maurício Marinho dizia, no que depois chamou de "bravatas", que o PTB fazia indicações para cargos federais com o objetivo de arrecadar dinheiro. É precisamente o que Jefferson confirmou ao depor na semana passada em relação ao IRB. Era só no IRB?
É difícil prever como o presidente Lula atravessará as investigações, para o bem de seu governo e de sua biografia. Embora ciente de que não tinha alternativa senão se livrar de José Dirceu, Lula manifestou certa perplexidade na semana passada. "E agora, como é que fica meu governo?", comentou com interlocutores próximos. Lula está decidido a recolocar seu governo nos trilhos, ainda que seja preciso voltar a cortar na própria carne. Quer recuperar sua autoridade. Na semana passada, ele deixou evidente seu desgosto com a forma como vem sendo retratado em charges de jornais e em programas de humor – com desrespeito, em sua opinião. Em pleno choque de perder um auxiliar como Dirceu, Lula voltou a ameaçar desistir da reeleição. "Eu não sou Collor. Não sou Fernando Henrique. Não vou sujar minha biografia por causa de uma reeleição", desabafou. O complicado é que Lula tem sido enfático apenas nas palavras. Em seu programa quinzenal de rádio, disse que estava "indignado" com as denúncias de corrupção e prometeu que não sobrará "pedra sobre pedra". Mas dois dos sete diretores afastados do comando dos Correios sob denúncias de corrupção foram contratados como "consultores" da nova diretoria sem que se tenha colhido um único indício de que ambos sejam inocentes. Na sexta-feira, voltaram a ser exonerados.
Com a saída de Dirceu, o presidente aproveitará para fazer uma reforma ministerial – panacéia que aparece em todos os momentos de dificuldade, mas que, até agora, nunca saiu do papel. Os meandros da reforma não estão decididos – há especulações variadas em torno de nomes e cargos, mas a direção das mudanças está definida. Lula quer aproximar-se da oposição, com a qual Dirceu queimou todas as possibilidades de dialogar. Para tanto, o presidente cogita trazer para o governo, ou colocar em cargos vitais, gente com bom trânsito nas hostes oposicionistas. É nesse contexto que surgiu na semana passada o nome do empresário Abilio Diniz, dono da rede de supermercados Pão de Açúcar, que seria convidado para um ministério – ora o Desenvolvimento Social, ora a Fazenda. Abilio Diniz é um freqüente interlocutor dos tucanos. "Estive com o presidente na terça-feira, mas não recebi nenhum convite", mandou dizer Abilio Diniz, por intermédio de sua assessoria de imprensa. Ele diz que, na conversa com Lula, apenas prometeu contribuir com o governo na condição de empresário.
Para enfrentar os tormentosos dias que virão, o presidente Lula também quer o que todo presidente sempre quer: reforçar sua base de apoio no Congresso Nacional. Para isso, Lula está tentando atrair o PMDB, que já tem dois ministérios no governo. Mas, para o constrangimento de Lula e num sinal eloqüente da gravidade da situação, esse PMDB, celebrizado por sua voracidade fisiológica, começa a achar que, em vez de entrar ainda mais no governo, talvez seja a hora de sair inteiramente dele. A outra opção do presidente para reforçar a base parlamentar é despachar de volta para o Congresso alguns ministros que têm mandato parlamentar e podem exercer alguma influência na Casa. São cinco: Ricardo Berzoini (Trabalho), Aldo Rebelo (Coordenação Política), Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia), Eunício Oliveira (Comunicações) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social). O desafio é quem colocar no lugar deles. Até a semana passada, o presidente não decidira se a nova equipe ministerial teria um perfil marcadamente político, para ajudar nas votações no Congresso, ou se seria preponderantemente técnica, para azeitar setores emperrados da máquina administrativa.
Entre os maiores conselheiros do presidente, a saída de José Dirceu não provocará alterações significativas. Os mais influentes tendem a permanecer sendo dois ministros. Um é Antonio Palocci, cujo festejado desempenho no comando da política econômica tem ampliado consideravelmente sua influência junto ao presidente. O outro é Luiz Gushiken, da Secretaria de Comunicação, certamente o ministro que mais priva da intimidade de Lula. Em seus trinta meses de governo, José Dirceu vinha perdendo espaço para ambos. Não era um conselheiro influente, pois a área sob a qual tinha responsabilidade – a política num primeiro momento e, depois, a gerência administrativa do governo – não vinha exibindo os resultados desejados. E, além disso, não perdia uma oportunidade para fustigar a política econômica de seu colega Palocci. No início do governo, Dirceu simplesmente bombardeava a orientação econômica de Palocci. Agora, em seus derradeiros meses, vencido pelo sucesso da política econômica, pedia apenas correções pontuais nas metas de inflação ou na taxa de juros. Sua saída talvez traga mais tranqüilidade à equipe econômica. Na sexta-feira, depois do anúncio de sua demissão, o mercado reagiu com total serenidade.
Ao contrário de Luiz Gushiken, José Dirceu nunca teve uma relação de amizade com o presidente Lula. Os dois são de origens distintas. Dirceu começou a militância política no movimento estudantil, presidiu a União Estadual dos Estudantes, foi exilado, treinou guerrilha em Cuba, fez cirurgia plástica para viver clandestinamente no Brasil da ditadura militar. Já o presidente entrou na política pelo meio sindical, sempre foi mais pragmático, nunca viveu na clandestinidade e, em vez de ficar absorvido pela burocracia partidária e pelas articulações de bastidores, sempre preferiu o contato com a massa e sua posição de liderança popular. Entre eles há respeito, admiração – mas há, sobretudo, hierarquia. Agora, de certo modo, Dirceu volta à sua origem. Ao reassumir seu mandato parlamentar, também volta a lidar com a burocracia partidária como membro da cúpula do PT. E Lula mantém-se o homem das massas. Na semana passada, ele recebeu uma boa notícia nesse terreno: as primeiras pesquisas de opinião pública feitas depois dos escândalos não afetaram sua popularidade. Lula conserva, por enquanto, o respeito popular que conquistou. Mas o estrago na imagem imaculada está feito. Tem conserto?
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As confissões
Na semana passada, o deputado Roberto Jefferson confessou ter mentido ao desqualificar o conteúdo de duas denúncias publicadas por VEJA. A confissão é a mãe de todas as provas. Seu valor é ainda maior quando o confessor não se exime de culpa, imputando a si próprio uma acusação criminosa. É o caso de Jefferson nas duas confissões em que, agora, confirma o que antes desmentira em relação às reportagens de VEJA. Na primeira, ele confessa um crime eleitoral, que pode lhe render até três anos de cadeia, por omitir informação à Justiça Eleitoral. Na segunda, ao pressionar um servidor público a extorquir clientes, Jefferson pode ser acusado de tráfico de influência, cuja pena máxima é de cinco anos de prisão.
O QUE VEJA PUBLICOU
Na edição de 22 de setembro de 2004, VEJA publicou reportagem na qual denunciava que o PTB estava se rebelando contra o governo por falta de dinheiro. A revista informou que o PT comprara o apoio do PTB por 10 milhões de reais, mas só entregara parte do dinheiro. A reportagem dizia ainda que o acordo fora negociado por Jefferson com: José Genoíno, presidente do partido, e o então ministro José Dirceu, da Casa Civil.
O DESMENTIDO
Em nota oficial, o deputado Roberto Jefferson disse que a denúncia eram "maldosas insinuações" e garantiu que "não houve qualquer acordo financeiro entre o PT e o PTB, especialmente envolvendo o apoio às candidaturas de um ou outro partido. O acordo foi político".
A CONFISSÃO
Em seu depoimento ele confessou que mentiu: "Naquele momento, essa informação prejudicaria violentamente a campanha de Marta Suplicy". Jefferson disse que a mentira foi combinada com José Genoíno, presidente do PT. "Falei para o Zé Genoíno: 'Deixa que eu mato no peito isso'". Jefferson revelou que o valor do acordo era de 20 milhões de reais, e não de 10 milhões, como VEJA noticiara, mas o PT só pagou 4 milhões de reais.
O QUE VEJA PUBLICOU
Na edição de 25 de maio passado, VEJA publicou reportagem mostrando que Jefferson pressionara Lídio Duarte, então presidente do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), a repassar 400 000 reais mensais ao PTB. O dinheiro deveria ser extraído em operações irregulares na estatal. Depois de um bom tempo sendo pressionado, por Jefferson e seu preposto, o corretor de seguros Henrique Brandão, Lídio Duarte resolveu deixar o cargo.
O DESMENTIDO
Jefferson fez silêncio sobre a acusação, mas o ex-presidente do IRB, Lídio Duarte, ao depor na polícia, negou tudo. Na semana seguinte, a edição de VEJA de 4 de junho traz as transcrições da gravação em que Duarte contava detalhes do esquema. "O partido (PTB) tem despesas com os diretórios, com as festas, com os jantares, com não sei o quê. Cada indicado tem que colocar 400 000 reais por mês", dizia Duarte.
A CONFISSÃO
Na semana passada, Jefferson admitiu que pressionava Lídio Duarte a arrancar dinheiro de clientes do IRB. Disse que esse fora um compromisso assumido por Duarte quando ganhou o cargo. "Ele disse que sentaria na presidência do IRB e ajudaria o PTB, que ele ia juntar de cinco a seis brokers, cada um daria 60 000 reais ao PTB, todo o mês. Nunca cumpriu a palavra que empenhou, mas eu assumo isso de público", disse Jefferson.
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