Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, junho 15, 2005

Gilberto Dimenstein Daslula

FOLHA ON LINE
Há uma série de motivos para explicar a crise na qual está metido o governo Lula, alguns desses problemas que já vêm de longe, como o molde partidário que exige as piores barganhas para assegurar a sobrevivência dos partidos ou a falta de burocracia mais estável que impeça tamanha rotatividade de cargos na administração.

Há também o deslumbramento. A verdade é que Lula e seus aliados se deslumbraram tanto com o poder como as peruas paulistanas com a Daslu. O deslumbre existe em qualquer governo e em todas as partes do mundo, isso faz parte do jogo do poder. Quando vai além da conta (Collor é um exemplo) os riscos de deslizes são maiores.

Desde que o PT chegou à presidência, testemunhamos sinais inquietantes, como o Banco do Brasil comprar ingressos para shows que arrecadavam verbas para o partido; uma estrela feita nos jardins do Palácio do Alvorada; reuniões eleitorais serem realizadas no Palácio do Planalto, o envolvimento atabalhoado de Lula nas disputas municipais. Não se sabia ao certo quando começava o governo e terminava o PT. O toma-lá-dá-cá não ocorria apenas para garantir maioria do Congresso (o que já é escândalo), mas também para garantir a reeleição do presidente, montando-se esquemas de alianças partidárias. Assim como a mais badalada loja de São Paulo, o efeito Daslula, como se vê, tem um preço alto.

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