O Globo |
17/6/2008 |
Algumas tolices tão tolas são que merecem apenas a generosidade do esquecimento. A iniciativa do Ministério Público Eleitoral de São Paulo, pedindo castigo para a "Folha" por ter entrevistado Marta Suplicy, pré-candidata a prefeita de São Paulo não está nesse caso. Está certo que o repúdio imediato, partindo não só de juristas como de pré-adversários de Marta, parece vacina suficiente. Mas não é episódio que se deixe passar em branco. Afinal, ele sugere alarmante falta de conhecimentos jurídicos, para não falar em elementar bom senso, nos promotores encarregados de fiscalizar as eleições paulistanas. Um deles defendeu a punição alegando que a entrevista era "propaganda eleitoral antecipada". Quer dizer, a "Folha", mui solerte como ela só, fazia o jogo da candidata. Ou então Marta abusara da santa ingenuidade do jornal. O repórter, novato nessa história de cobrir eleições, teria feito uma entrevista passiva, com perguntas do tipo "voleibol": ele levantava e Marta cortava todas as bolas. Em outros tempos, a imprensa quase toda, e principalmente os grandes jornais, fazia abertamente o jogo de políticos e partidos. Para os amigos, só flores, para adversários, pau puro. Havia jornais getulistas, udenistas, comunistas, reacionários. E também aqueles que alugavam suas manchetes e seus editoriais a quem pagasse melhor. Não é mais assim. Obviamente, não se pode falar em cem por cento de objetividade: isso não existe nesse mundo imperfeito. Mas ai da publicação ou emissora que não fizer esforço permanente e bem visível de isenção. Perde o respeito do leitor ou espectador, perde os anúncios, perde o negócio. Tudo sugere que a rata dos promotores paulistas foi episódio isolado. A reação imediata e unânime parece garanti-lo. Mas falta equacionar um problema da mesma área: como é mesmo que ficam as normas sobre o comportamento da turma da internet no período eleitoral? As páginas de jornais, revistas etc. na grande rede devem obedecer às restrições que valem para rádio e TV? Uma proposta de resolução votada no TSE diz que sim, referindo-se a "páginas mantidas pelas empresas de comunicação social". Parece vago demais. Pode-se entender que empresas de comunicação social não sejam apenas jornais, revistas ou emissoras de rádio e TV, e as normas valeriam para todo grupo ou cidadão com página ou blog na rede. O próprio presidente do TSE opinou contra restrições de qualquer tipo: para ele, a rede foi concebida como um espaço livre, e assim deve continuar. O tribunal acabou decidindo que por enquanto não vai decidir: tomará posição caso a caso. É sinal de que vem por aí um debate complicado. Vamos torcer para que dele não participe nenhum juiz com cabeça parecida com as dos promotores eleitorais de São Paulo. |
Entrevista:O Estado inteligente
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terça-feira, junho 17, 2008
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